Assembleia realizada na terça-feira, quando servidores municipais rejeitaram proposta da Administração (Gustavo Tilio)
Os servidores públicos municipais de Campinas aprovaram, na noite de terça-feira, a deflagração de estado de greve, após a segunda rodada de negociação com a Prefeitura. O Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal de Campinas (STMC) informou que encaminhará um documento oficial com o resultado da assembleia geral à Administração e espera por uma nova reunião de negociação, ainda sem prazo para ocorrer.
Os servidores reivindicam um reajuste de 25,68% tanto nos salários como no valor do vale-alimentação -— que aumentaria de R$ 1.249,81 para R$ 1.570,76.
O governo municipal ofereceu um reajuste salarial de 12,13% — a reposição da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — aplicado a partir de maio. E também o aumento do vale-alimentação para R$ 1.320,80 para os servidores da ativa e um vale-nutricional de R$ 221,23 para os aposentados.
A Administração informou que vai pagar a 672 trabalhadores os benefícios estabelecidos na lei federal nº 191/2022 que ficaram congelados por dois anos durante a pandemia. Essa lei alterou a legislação que estabelece repasse de dinheiro da União a Estados, ao Distrito Federal e aos municípios para enfrentamento da pandemia em troca de restrições no crescimento de despesas com os servidores públicos. Foram proibidos aumento de salários e benefícios ligados ao tempo de serviço como anuênios, triênios, quinquênios e licenças-prêmio.
A partir de agora, com a lei complementar 191/22, passou a vigorar uma exceção, no período especificado, para os servidores da saúde e da segurança pública. Os servidores dessas áreas já tiveram o tempo de serviço da pandemia reconhecido para fins de adicional por tempo de serviço e sexta-parte. Outros 670 servidores das duas pastas que não haviam sido contemplados também terão o direito reconhecido.
"O Sindicato dos Servidores de Campinas encaminhará para a Prefeitura de Campinas o documento oficial com o resultado da assembleia geral. A expectativa é que seja realizada uma nova mesa de negociação para tentar avançar na pauta da Campanha Salarial 2022", afirmou o STMC em nota oficial.
Procurada, a Prefeitura de Campinas informou que novas rodadas de negociação não estão descartadas. "O índice que apresentamos hoje é fruto de um grande exercício orçamentário e financeiro", disse o vice-prefeito, Wanderley de Almeida (PSB).
No dia 23 de maio, a primeira reunião entre a Administração Municipal e o Sindicato terminou sem avanços. Cerca de 300 servidores se aglomeraram nas escadarias em frente à Prefeitura para pressionar o governo Dário Saadi (Republicanos) a aceitar as reivindicações. A aglomeração começou por volta das 17h e se estendeu até o término da reunião que durou mais de 3h30.