IMPACTOS DA GREVE

Serviços públicos foram mais afetados

As adversidades enfrentadas pela população campineira com a paralisação dos caminhoneiros foram sentidas principalmente na prestação de serviços públicos

Daniel de Camargo
03/06/2018 às 09:54.
Atualizado em 28/04/2022 às 11:02
Terminal Central esvaziado: no período, a frota do sistema público coletivo andou com número reduzido, mantendo no mínimo 50 % dos veículos (Matheus Pereira/Especial para AAN)

Terminal Central esvaziado: no período, a frota do sistema público coletivo andou com número reduzido, mantendo no mínimo 50 % dos veículos (Matheus Pereira/Especial para AAN)

As adversidades enfrentadas pela população campineira com a paralisação dos caminhoneiros foram sentidas principalmente na prestação de serviços públicos. Referência para 6,5 milhões de moradores, distribuídos em 86 municípios, o Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) suspendeu todas as internações e cirurgias eletivas desde o domingo passado. Foram mantidos prioritariamente somente os atendimentos a casos de urgência e emergência. Quem tinha serviços de radioterapia, quimioterapia, hemodiálise e infusão de imunobiológicos já agendados e conseguiu comparecer na unidade médica, foi atendido.  Na última segunda, as consultas ambulatoriais tiveram uma queda média de 50%. A limitação de bolsas de sangue, por exemplo, implicou na suspensão de um transplante de fígado. Amanhã, as medidas adotadas serão reavaliadas. Logo que a greve estourou, diversas universidades e colégios particulares optaram por cancelar pontualmente as atividades acadêmicas. A rede municipal também precisou parar. Na última terça e quarta, todas as escolas suspenderam as aulas. A Prefeitura informou, porém, que a carga horária será reposta, assegurando os 200 dias letivos previstos por lei. Garantia de água Mais da metade de Campinas não sofreu com falta de água na semana passada, devido a uma operação realizada na sexta-feira retrasada. Com escolta da Polícia Civil, a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa) garantiu o abastecimento de cloro, trazendo de Cubatão - cidade a cerca de 175 km, que fica na Baixada Santista - os cilindros com o produto químico, utilizado no tratamento da água. A cloração foi realizada nas estações 3 e 4, que tratam 2 mil litros de água por segundo. Uma das primeiras regiões a serem atingidas, com a eventual interrupção dessas estações, seria a região norte, onde estão bairros como Alphaville e Taquaral. Já para o tratamento de esgoto não foi necessária nenhuma atividade emergencial, porque a quantidade de insumos em estoque era suficiente. Transportes O transporte público coletivo começou a sentir os impactos da greve no último dia 23. Na data, a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) decidiu adotar medidas operacionais emergenciais, a fim de minimizar o risco de paralisação total da frota por falta de diesel - objetivo que foi atingido. No período todo, a frota andou com número reduzido, mantendo sempre, no mínimo, 50 % dos veículos, ou seja, pouco mais de 500 ônibus. Ao todo, a frota operacional é composta por 1.070 carros, além de 130 mantidos em reserva. Exportações caíram 50% em Viracopos A greve impactou diretamente o Aeroporto Internacional de Viracopos. Ao todo, 150 voos foram cancelados durante a paralisação. Isto, devido ao desabastecimento em outros aeroportos. Outro reflexo negativo foi a queda de cerca de 50% nas exportações, entres os dias 21 e 27, se comparado a semana anterior. O volume que era de 1,6 mil toneladas, passou para 816. Já as importações recuaram em 18%. O número de remessas enviadas para o Exterior passou de 3 mil toneladas para 2,4 mil. Viracopos não chegou a ficar sem combustível, pois caminhões-tanque carregados com querosone de aviação foram escoltados pontualmente, pelo Exército, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Militar (PM).

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