Diretor teme que galhos caiam sobre turistas ou causem acidentes nos trilhos da maria-fumaça
O administrador Ivo Arias entre a figueira centenária incendiada e trens: DPJ informou que até amanhã vai ao local para avaliar situação (César Rodrigues/AAN)
Uma seringueira centenária que pegou fogo em dezembro do ano passado está colocando em risco os passeios da maria-fumaça que saem da Estação Anhumas, em Campinas. A administração do local teme que parte dos galhos queimados da árvore caia sobre os trilhos, o que poderia causar um acidente com as locomotivas ou atingir as crianças e turistas que fazem o passeio de trem até Jaguariúna.
O fogo que comprometeu a árvore começou no matagal do entorno. De acordo com o diretor administrativo da estação, Ivo Arias, as chamas se alastraram rapidamente e alcançaram a copa da seringueira. Os bombeiros foram chamados para controlar o incêndio, mas informaram à direção que não poderiam remover a árvore. “Nunca vi um fogo tão alto como aquele. Achei que fosse destruir a estação. O Corpo de Bombeiro veio rápido e deteve as chamas. Mas eles disseram para eu ligar para a Defesa Civil para que os galhos fossem removidos”, disse Arias.
A Defesa Civil, no entanto, comunicou a Arias que o Departamento de Parques e Jardins (DPJ), ligado à Secretaria Municipal de Serviços Públicos, era responsável por fazer esse tipo de serviço. O diretor então acionou o 156 da Prefeitura de Campinas para solicitar a remoção dos galhos e há três meses espera técnicos para vistoriarem a seringueira.
“Quando liguei de novo, eles disseram para mim que vieram ver a árvore numa segunda-feira. Mas a estação fecha às segundas. Eles não tinham como ver os galhos caídos nem a extensão do dano que o fogo fez à seringueira pelo alambrado”, explicou o diretor.
Aproximadamente mil pessoas passam pela estação aos finais de semana para embarcar no passeio histórico de trem até Jaguariúna, segundo Arias. O administrador, que trabalha há 36 anos na plataforma, afirmou que pensou até em registrar um boletim de ocorrência na polícia para tentar resolver o problema.
Arias teme que os galhos comprometidos atinjam turistas, obstruam a passagem dos trens ou danifiquem os vagões. “A árvore é muito grande e fica muito próxima à plataforma. A estação é um ponto turístico, um marco histórico da cidade, com grande fluxo de pessoas. Não tem cabimento a Prefeitura demorar tanto para fazer alguma coisa”, acrescentou.
O DPJ informou, por meio de assessoria de imprensa, que uma equipe irá à estação até amanhã para fazer uma nova avaliação da árvore e serrar os galhos queimados.