Enquanto entre os adultos a aplicação de duas doses da vacina contra a covid-19 caminha bem (96,6%), entre as crianças o número segue decepcionante, com um índice de apenas 40,5%. (Ricardo Lima)
Pela primeira vez na semana, o Boletim Epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde registrou mortes em decorrência da covid-19 em Campinas. Foram cinco novos óbitos confirmados ontem, porém, nem todos ocorreram na última semana. Um homem de 79 anos, sem comorbidades, e uma mulher de 89, com comorbidades, faleceram respectivamente no dia 1º e 3 de fevereiro. No mesmo mês um homem de 58 anos, com comorbidades, também morreu. As outras duas novas vítimas da covid-19 confirmadas perderam a vida nos últimos dias, um homem de 92 anos, que faleceu no dia 1º de maio, e uma mulher de 73 anos, com comorbidades, que morreu no dia seguinte.
Com os novos registros, o município contabiliza 5.074 vítimas da pandemia. Na segunda, terça e quarta-feira, Campinas não constatou nenhuma morte pela covid-19. A sequência de três dias sem óbitos foi interrompida ontem. Desde o início do ano foram apenas sete boletins divulgados sem mortes registradas. Ainda de acordo com o boletim, foram 108 casos a mais, o que foi atribuído a dados de laboratórios privados que ficaram represados.
Ao todo, 23 pacientes adultos estão hospitalizados com a confirmação da doença, 20 em leitos de enfermaria e três em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). A cidade conta com 66 leitos de UTI exclusivamente para pacientes adultos com Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAGs). A ocupação é de 57,5%, com 38 leitos com pacientes, restando apenas 28 livres nas redes pública e privada de saúde.
A maior ocupação está no SUS Municipal, com 85,1% dos 27 leitos. Apenas quatro estão sem pacientes. O SUS Estadual, com três leitos livres, está com um índice de ocupação de 70%, enquanto a rede particular, com 38 leitos, está em um patamar mais tranquilo, com 15 pacientes e 23 leitos disponíveis, ocupação de 39,4%.
Embora a situação na UTI-SRAG para adultos esteja melhor de que em outros momentos, na UTI Infantil a situação segue delicada: dos 110 leitos, 94 estão com pacientes, o que corresponde a 85,4% de ocupação. São apenas 16 leitos livres. Em relação aos leitos de enfermaria do SUS Municipal todas as 59 vagas estão ocupadas, o que faz com que 30 crianças estejam esperando por vagas. A Secretaria de Saúde informou que elas estão sendo devidamente assistidas nos prontos-socorros.
Metade das crianças que estão internadas nas UTIs é por causa de SRAG. Não há confirmação de covid-19 em nenhuma dessas crianças, porém, há suspeita e investigação para o adequado diagnóstico em 14 delas, 12 no SUS Municipal e 2 em UTI particular. O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é responsável por 11 dessas hospitalizações.
Vacinação
Enquanto entre os adultos a aplicação de duas doses da vacina contra a covid-19 registra um ótimo índice (96,6% da população), entre as crianças, o número segue decepcionante. Menos da metade da faixa etária entre 5 a 11 anos recebeu duas doses do imunizante, apenas 40,5%. Com a primeira dose, o número é um pouco melhor, 56,7%, mas está estagnado, como explicou na última terça-feira a coordenadora do Programa Municipal de Imunização, Chaúla Vizelli.
"Para nós, os dados da vacinação contra a covid-19 em crianças estão bem abaixo do esperado. De 4 de abril até 2 de maio, avançamos com a primeira dose em apenas 3% desse público-alvo (subiu de 53% para 56,3%). Apesar de todas as estratégias desenvolvidas, estamos observando uma estagnação na 1ª dose. Em relação à segunda, o público tem procurado, então, quem tomou a primeira dose tem voltado para receber a segunda, mas para a primeira temos uma estagnação."
Com início na segunda-feira da semana passada, 25, a coordenadora disse que a campanha de vacinação contra gripe e sarampo em Campinas dispõe de dados ainda muito recentes, mas que a vacinação ocorrida no sábado, 30, foi positiva. Não é possível afirmar se, no decorrer da campanha, haverá também estagnação em relação a esses imunizantes, mas, por serem vacinas mais conhecidas, aplicadas há vários anos, a esperança é a de que os pais e responsáveis sintam-se mais seguros e levar as crianças para se vacinarem.