Colapso do sistema de saúde inviabiliza mais uma tentativa de abrir 36 leitos de enfermaria para tratamento da covid
O presidente da Rede Mário Gatti, Sérgio Bisogni que responde pelos hospitais Mário Gatti e o Ouro Verde, afirmou ontem, durante anúncio de abertura de operação de novos leitos de enfermaria e UTI covid-19 na cidade, que Campinas não tem mais como criar outros leitos caso a cidade venha a precisar nas próximas semanas.
De acordo com Bisogni, a última alternativa é o hospital de campanha, a ser montado na sede dos Patrulheiros, no Jardim Itália, onde estão previstos 36 leitos de enfermaria. Porém, o presidente ressaltou que a abertura do hospital de campanha também enfrenta entraves. Entre eles está, além da contratação de equipes para a mão-de-obra, a dificuldade de conseguir tanques de oxigênio. "As empresas não têm mais os tanques. Têm o oxigênio, mas não os tanques que são necessários para o hospital de campanha. Estamos vendo o que fazer", disse.
O plano B, para um eventual entrave na abertura do hospital de campanha seria improvisar uma área no hospital Mário Gatti e levar os 36 leitos previstos do hospital de campanha para este local. "Assim conseguiríamos os 36 leitos de enfermaria atingindo o nosso limite", disse.
Segundo ele, o número de pessoas doentes na cidade está aumentando. E o tempo para os pacientes deixarem os leitos tanto de enfermaria quanto de UTI está mais lento. "Isso impacta muito todo o sistema", disse.
O presidente informou que foram abertos mais 15 leitos de UTI no Mário Gatti. "Esses leitos deveriam ter sido abertos na semana passada, mas não foi possível. Esbarramos no fator recursos humanos. Dentro da rede Mário Gatti e Ouro Verde não temos mais como abrir", disse.
O Secretário Municipal de Saúde, Lair Zambon, confirmou a antecipação do funcionamento dos leitos do Ambulatório Médico de Especialidades (AME), que deverá iniciar a operação de enfermaria neste final de semana. São previstos 30 leitos no local. Dário Saadi voltou a cobrar o Governo do Estado para a abertura de leitos no Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que no auge da pandemia em 2020 contava com 93 leitos. E atualmente possui pouco mais de 40.