ATENÇÃO

Sem preconceito contra a depressão

Movimento é criado para estimular as pessoas a entenderem a doença e buscar ajuda profissional

Henrique Hein
17/11/2018 às 09:11.
Atualizado em 06/04/2022 às 00:13

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 300 milhões de pessoas vivem com depressão em todo mundo. E menos da metade delas procura por ajuda ou tratamento. Nos países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, a taxa é ainda pior: menos de 10% buscam auxílio, o que é um ponto que merece atenção, já que cerca de 11,5 milhões de brasileiros sofrem com a doença. Para estimular a quebra do preconceito e motivar as pessoas com depressão a pedirem ajuda, a Medley, referência no segmento de medicamento genéricos do Brasil, lançou a campanha #PodeContar. O movimento tem como objetivo estimular a quebra do preconceito em relação à depressão, por meio da perspectiva do poder da empatia. De acordo com pesquisas feitas pela Federação Mundial para a Saúde Mental, cerca de 70% dos indivíduos com depressão não conversam atualmente sobre a doença com outras pessoas, porque sentem medo de serem julgados ou de sofrerem preconceitos. “Muitos têm vergonha de expor o que estão sentindo e de falar sobre suas dores, por medo de serem considerados fracos. Além disso, o que nós percebemos é que quando você faz um diagnóstico do paciente com depressão, cerca de 30% a 50% deles não procuram se tratar depois e aproximadamente um quinto dos pacientes não prossegue com o tratamento depois de iniciado”, explicou o coordenador da assistência clínica do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). A campanha #PodeContar engaja as pessoas a falarem sobre o assunto para alguém de confiança, ressaltando sempre a importância do papel dos amigos e da família como ferramentas de apoio ao doente. A iniciativa acredita que a prática da empatia ou a ação de se colocar no lugar do outro é o primeiro passo para que pessoas com depressão se sintam motivadas a buscar ajuda médica. “Entender que a depressão é uma doença é o primeiro passo para buscar ajuda e receber o diagnóstico. A depressão é provocada por um desequilíbrio químico no cérebro, o qual vai necessitar de algumas medidas terapêuticas para voltar ao seu funcionamento normal”, comentou a presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Carmita Abdo. OMS define como transtorno mental comum no mundo A OMS define depressão como um transtorno mental comum, caracterizado por tristeza, perda de interesse, ausência de prazer, oscilações entre sentimentos de culpa e baixa autoestima, além de distúrbios do sono ou do apetite. Também há a sensação de cansaço e falta de concentração. A depressão pode ser de longa duração ou recorrente. Na sua forma mais grave, pode levar ao suicídio. Casos de depressão leve podem ser tratados sem medicamentos, mas, na forma moderada ou grave, as pessoas precisam de medicação e tratamentos profissionais. A depressão é um distúrbio que pode ser diagnosticado e tratado por não especialistas, segundo a OMS. Mas o atendimento especializado é considerado fundamental. Quanto mais cedo começa o tratamento, melhores são os resultados. Vários fatores podem levar à depressão, como questões sociais, psicológicas e biológicas. Estudos mostram, por exemplo, que uma em cada cinco mulheres que dão à luz acaba sofrendo de depressão pós-parto. Especialistas recomendam que amigos e parentes da pessoas que sofrem de depressão participem do tratamento. (Empresa Brasil de Comunicação)

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