Comerciante foi informado por um funcionário que o serviço de ortopedia só funciona das 7h às 17h
Ubirajara Alcântara mostra o dedo imobilizado com papelão e esparadrapo (Alessandro Rosman/AAN)
O comerciante Ubirajara Alcântara, de 66 anos, imobilizou o próprio dedo utilizando papelão e esparadrapo depois de procurar o Pronto-Socorro do Hospital Municipal Dr. Mário Gatti, em Campinas, na noite de terça-feira (6), e não conseguir atendimento médico. Ele foi informado por um funcionário do hospital que o serviço de ortopedia só funciona das 7h às 17h e orientado a voltar no dia seguinte.
Procurado pela reportagem, o hospital afirma que tem uma equipe de ortopedia disponível durante 24 horas e que pretende tomar as providências cabíveis se a conduta inadequada do funcionário for confirmada.
Alcântara disse que não procurou o pronto-socorro imediatamente na segunda-feira porque não imaginou que o dedo estivesse quebrado, apesar de sentir dor. "No dia seguinte, começou a inchar e doer demais e aí fiquei preocupado. Só então, resolvi procurar o hospital Mário Gatti, mas na recepção me informaram que não tinha mais ortopedista naquele horário para me atender e que eu deveria voltar às 7h do outro dia. Reclamei que estava doendo muito e a funcionária me disse que se eu aguentei aquele tempo todo, poderia suportar a dor um pouco mais" , disse.
Ao voltar para casa, ele resolveu imobilizar o dedo por conta própria. "Peguei um pedaço de papelão bem rígido e esparadrapo para não mexer porque dói muito. Imobilizei para minimizar a dor" , falou.
O chefe do plantão adulto do Hospital Mário Gatti, Fábio Murano, afirmou que o hospital tem uma ortopedista 24 horas por dia. "Temos uma equipe de traumatologia que provavelmente é a que mais recebe pacientes em Campinas. É composta por médicos residentes, assistentes e não há dúvida que o atendimento é 24 horas" . O médico também informou que existe o serviço de acolhimento realizado por profissionais de saúde que avaliam a condição do paciente e a conduta correta seria cuidar da analgesia do paciente e encaminhar para o ortopedista. Segundo ele, os recepcionistas não têm orientação para definir o que o paciente deve fazer. O hospital vai apurar o caso.