Artur Nogueira teve o maior aumento; as outras foram Cosmópolis, Indaiatuba, Itatiba, Jaguariúna e Posse
As exportações de produtos são uma saída importante para fortalecer os negócios em um cenário de instabilidade econômica no mercado doméstico. Na Região Metropolitana de Campinas (RMC), seis cidades apresentaram um crescimento nas vendas de produtos para o Exterior no primeiro bimestre deste ano. Em Artur Nogueira, o avanço das exportações chegou a 357,09% e em Jaguariúna subiu 64,08%. Os resultados são um alento e amenizam a queda de 20,86% das exportações da região que fecharam o período em US$ 519,5 milhões. As importações também tiveram uma baixa de 11,02%, passando de US$ 2,22 bilhões para US$ 1,98 bilhão. O déficit foi de US$ 1,46 bilhão. O saldo foi 6,91% menor do que o US$ 1,57 bilhão do primeiro bimestre de 2014. Grandes centros como Campinas apresentaram queda tanto nas exportações quanto na compra de produtos de outros países. O cenário mostra a desaceleração que afeta o setor industrial. Como o parque industrial da região é de alta tecnologia, boa parte dos insumos é trazida do Exterior.Normalmente, a balança comercial é negativa porque parte dos componentes é usada em produtos que abastecem o mercado interno e outra é utilizada em mercadorias exportadas. Com a disparada do dólar, as vendas para outros países são mais rentáveis e reforçam o caixa das empresas que conseguem manter as exportações. Os industriais afirmam que a falta de competitividade dificulta as vendas dos produtos brasileiros. Mas especialistas lembram que o cenário internacional ainda é turbulento. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) apontam que em Artur Nogueira as exportações passaram de US$ 687,01 mil para US$ 3,14 milhões. Em Cosmópolis, o avanço foi de 38,35%, passando de US$ 9,33 milhões para US$ 12,92 milhões. Em Indaiatuba, as vendas para o Exterior subiram de US$ 52,49 milhões para US$ 66,80 milhões. O crescimento foi de 26,25%. Na cidade de Itatiba, as exportações cresceram de US$ 15,62 milhões para US$ 17,91 milhões — alta de 14,65%. No município de Jaguariúna, as exportações tiveram um acréscimo de US$ 4,04 milhões para US$ 6,64 milhões. Em Santo Antônio de Posse, o aumento foi de 5,03%¨, passando de US$ 8,39 milhões para US$ 8,81 milhões. Na pauta de exportações dos municípios que estão conseguindo elevar o fluxo de vendas para o Exterior, estão produtos agrícolas, produtos de alta tecnologia e autopeças de veículos. O primeiro produto na lista de Artur Nogueira é o sumo de frutas, que atingiu US$ 1,13 milhão. Em Cosmópolis, foram comercializados US$ 5,52 milhões em medicamentos. Na cidade de Indaiatuba, a predominância é de veículos com US$ 35,53 milhões. Em Itatiba, os produtos mais vendidos foram quadros, painéis, consolas, cabinas, armários e outros suportes, com um total de US$ 6,17 milhões. Em Jaguariúna, foram comercializados para outros países US$ 1,41 milhão em bombas de ar ou de vácuo, compressor de água ou de gases, e exaustores. No município de Santo Antônio de Posse, os produtos que lideram as exportações são conservas de carne e miudezas que somaram US$ 8,63 milhões no primeiro bimestre deste ano. Campinas apresentou queda nas exportações e nas importações. De acordo com dados do Mdic, as vendas de produtos locais para outros países caíram 26,73% nos meses de janeiro e fevereiro em relação ao ano passado. O valor declinou de US$ 182,36 milhões para US$ 133,67 milhões. As compras de insumos no Exterior baixaram de US$ 637,38 milhões para US$ 568,63 milhões. O recuo foi de 10,78%. O déficit teve uma queda de US$ 455,02 milhões para US$ 434,96 milhões.Sucesso de vendas lá fora ameniza os efeitos da crise As empresas que mantém o fluxo de vendas para outros países afirmaram que as exportações amenizam os efeitos da crise na economia brasileira. “O dólar alto nos ajuda na hora de comercializarmos produtos de maior valor Agregado. Comercializamos bebidas e néctar. Sentimos uma elevação de vendas para destinos como a América Central, que está com a economia aquecida”, afirmou a gerente de desenvolvimento de negócios da Ultrapan, Aline Meloni. A empresa, localizada em Valinhos, tem capacidade de produção de 7 milhões de litros por mês. “Os sabores de frutas mais exóticas e das frutas tipicamente brasileiras são as mais procuradas pelos compradores estrangeiros”, disse. Ela ressaltou que os produtos são vendidos para destinos como Panamá, Dubai, Paraguai, Chile e países africanos. “Há espaço fora dos grandes mercados para produtos como os nossos”, comentou. Em nota, a Toyota informou que as exportações tiveram ritmo crescente em 2014. A empresa tem operações em Indaiatuba (onde é fabricado o modelo Corolla) e Sorocaba (onde é feito o Etios). No ano passado, a empresa encerrou a balança comercial com superávit. A multinacional comercializou 36 mil veículos. O volume ficou 50% acima do volume de 2013.