Um dos fatores mais levados em conta pelas seguradoras de veículos na hora de avaliar o preço do seguro de um carro é a região onde o segurado mora
Tráfego de veículos na Avenida Suaçuna, no Jardim Aeroporto, bairro que apresenta o seguro médio mais caro de Campinas: custo pesa no bolso (Leandro Ferreira)
Um dos fatores mais levados em conta pelas seguradoras de veículos na hora de avaliar o preço do seguro de um carro é a região onde o segurado mora. Entretanto, um estudo realizado pela agência Compara apontou que a variação dos preços cobrados por essas empresas em Campinas chega até 50% entre moradores de um mesmo bairro. Ainda de acordo com o levantamento, a oscilação na cidade pode atingir 22,2% entre regiões diferentes. Entre as localidades analisadas, a maior diferença observada foi nos bairros Centro, Alphaville e Jardim Aeroporto, que apontam 50,27%; 42,36% e 40,31% de diferença entre o seguro mais caro e o mais barato, respectivamente. O levantamento apontou ainda que o Jardim Aeroporto apresenta o seguro médio mais caro do município, enquanto o Centro, as maiores diferenças entre as seguradoras. Um homem solteiro, de 29 anos, com um Volkswagen Fox Pepper, por exemplo, paga em média R$ 4.008,86 na região do Jardim Aeroporto, enquanto no distrito de Barão Geraldo o valor do seguro fica bem mais em conta: R$ 3.279,61, quase um quarto a menos. Segundo Paulo Marchetti, CEO da ComparaOnline no Brasil, a pesquisa foi feita utilizando um mesmo perfil de comprador e tendo como variável os diferentes bairros de Campinas. Para ele, a diferença entre os preços acontece por causa de vários fatores, como a insegurança. “Se um bairro é mais visado por assaltantes, o custo do seguro tende a ser mais alto, pois há mais chances do cliente acionar o serviço”, explicou. Entretanto, essa regra, segundo o especialista, parece não valer para Campinas, já que uma pessoa que mora no Cambuí pode pagar até R$ 1.000,00 a mais do que alguém que mora no Jardim Aeroporto. “Existem seguradoras que conhecem melhor uma região do que outras e isso tem influência no preço que elas oferecem para seus clientes”, explica o especialista. Segundo o CEO, o município também registra casos de pessoas que moram no Condomínio Alphaville (um dos mais refinados da cidade) e que pagam R$ 300,00 a mais de seguro do que um motorista que tem o mesmo veículo e a mesma seguradora, porém mora no Jardim Leonor — um local mais modesto. “Você pode não saber, mas às vezes o seu vizinho está pagando até 50% mais barato no seguro que você, que tem o mesmo carro e o mesmo perfil que ele, sendo que a única diferença é que ele optou por uma seguradora diferente da sua e que cobra bem mais barato pelo mesmo serviço”, ressaltou Marchetti. Embora a pesquisa tenha feito a simulação em diferentes regiões com o mesmo perfil, Marchetti afirma que é importante notar que a divergência que existe entre os perfis, como idade, gênero e estado civil, também podem impactar o preço final do seguro de maneira significativa. Por isso, para o CEO o grande segredo para quem não quer perder dinheiro é pesquisar os preços oferecidos por cada uma das seguradoras antes de fechar o contrato. “Muitas vezes, quem mora num bairro mais carente pode pagar até mais barato do que quem mora num bairro nobre, simplesmente porque ele pesquisou os preços”, finalizou Marchetti. Comerciante recomenda pesquisa O Correio foi às ruas saber se a população, de fato, pesquisa os preços dos seus respectivos seguros antes de optar por uma seguradora. O comerciante Nelson Casella Júnior, de 58 anos, comentou que mora em Sousas e que trabalha no Centro durante a semana. Segundo ele, pesquisar e escolher a sua seguradora lhe rendeu bons frutos financeiros. “Até um tempo atrás, eu deixava o meu seguro na mão de corretores, mas agora eu optei por fazer direto com o banco, porque eu percebi que é um caminho mais fácil, mais rápido e que me traz uma economia muito grande”, disse. Por sua vez, a estudante Raquel Ruggiero, de 24 anos, comentou que utiliza o mesmo seguro de seu pai. Segundo ela, ele não chegou a pesquisar outras opções de seguradoras. “Ele que decidiu por isso e eu só aceitei. Ele não pesquisou os outros preços oferecidos por outras empresas, por uma questão de comodidade mesmo”, comentou.