balanço

Segundo dia do Enem foi exigente e conteudista

Ao todo, os estudantes tiveram que responder 45 questões de ciências da natureza e outras 45 de matemática

Henrique Hein
13/11/2018 às 08:26.
Atualizado em 06/04/2022 às 00:30

A segunda prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2018, aplicada na tarde do último domingo, foi bastante conteudista e ficou marcada pela falta de contextualização das questões de ciências da natureza. A avaliação é do diretor pedagógico do Curso e Colégio Oficina do Estudante, Célio Tasinafo, que entendeu que o exame seguiu um modelo de prova bastante tradicional, ou seja, focado no conteúdo de uma forma ainda mais intensa do que em anos anteriores. Ao todo, os estudantes tiveram que responder 45 questões de ciências da natureza e outras 45 de matemática. De acordo com Tasinafo, a prova de matemática contou com temas que têm bastante incidência no Enem, como razão e porcentagem. “Haviam questões absolutamente simples, como algumas de frações, e até questões mais exigentes, na qual o aluno necessitava de um bom domínio dos conceitos de logaritmo”, explicou. No geral, a prova foi bem contextualizada, mas não apresentou novidades em relação às edições anteriores. “A prova de ciências da natureza foi a que mais surpreendeu, porque as três disciplinas que englobam essa área do saber apresentaram uma proposta um pouco diferente dos anos anteriores. Diferentemente de matemática, que tinha uma ou outra questão mais exigente, mas nada além daquilo que já não era esperado por todo mundo”, comentou. A prova de Física, foi abrangente, com questões bem elaboradas e que exigiram do aluno o domínio de conteúdos específicos. Segundo Tasinafo, o exame pecou ao não falar a “mesma língua” dos estudantes. “Não foi uma prova que apresentou dificuldades maiores do que a do ano passado. Porém, o que chamou a atenção é que as questões não vieram contextualizadas. Foi uma prova muito seca, que não falava a mesma linguagem do aluno. Isso foi uma grande surpresa, porque uma das características do Enem era justamente se preocupar em aproximar o conteúdo das questões com a realidade dos alunos”, ponderou. A prova de Biologia, por sua vez, contou com nível de dificuldade elevado e questões bastantes sofisticadas. Apesar disso, houve um abuso de conceitos que, costumeiramente, não são muito explorados, como genética. “O conteúdo exigido foi completamente diferente do habitual. No ano retrasado, por exemplo, não caiu nenhuma questão de genética e esse ano foram várias. Ou seja, o aluno que foi fazer a prova do Enem esperando que haveria o predomínio de questões ambientais, ecológicas e sustentáveis – como aconteceu na maioria das edições anteriores – com certeza, se surpreendeu”, relatou Tasinafo. Por fim, a prova de Química foi considerada pelo diretor pedagógico como a mais difícil dos últimos dez anos. O exame trouxe muitas tabelas e gráficos, que exigiram uma interpretação refinada de diferentes elementos. “Foi uma prova muito exigente, trabalhosa e que exigiu muito conhecimento e tempo para resolução dos exercícios”, completou. Apesar das ponderações, ele avaliou que, em linhas gerais, a prova não fugiu muito do padrão adotado nos últimos anos. A única surpresa, para Tasinafo, foi justamente a ausência da contextualização. “Foi um exame específico. Não dá para querer comparar o Enem com Fuvest e Unicamp, que é uma realidade completamente diferente. Mas, dentro da proposta que nós já conhecemos do Enem, foi uma prova que, no geral, atendeu as expectativas. Eu só acho que essa questão da contextualização precisa ser revista para os próximos anos. Ela não pode esquecida da forma que foi”, ressaltou. As duas provas do Enem 2018 foram realizadas nos últimos dois domingos, nos dias 4 e 11 de novembro, e contaram com cerca de 5,5 milhões de inscritos. Somente em Campinas, 24,5 mil estudantes se inscreveram para fazer o exame que dá acesso aos programas do governo federal, como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o Programa Universidade para Todos (ProUni), o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), e a admissão em universidades no Exterior. O gabarito extraoficial, assim como de costume, foi todo ele corrigido por professores do Curso e Colégio Oficina do Estudante e divulgado pelo site do Correio Popular (http://correio.com.br), em tempo real, conforme as respostas foram sendo divulgadas.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por