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Secretaria de Saúde teme epidemia recorde de dengue

Novo balanço mostra Campinas com 3.615 casos, aumento de 29,4% em relação ao anterior

Sarah Brito/AAN
faleconosco@rac.com.br
11/04/2014 às 05:00.
Atualizado em 27/04/2022 às 01:42

Campinas corre o risco de enfrentar maior epidemia de dengue de sua história. A doença se alastra por toda a cidade. A Secretaria Municipal de Saúde confirmou nesta quinta-feira (10) a notificação de mais 822 casos de dengue, elevando em 29,4% o total de infectados, comparado a balanço da última semana. São 3.615 casos confirmados, sendo 143 graves - cujos pacientes estão internados ou com sintomas agudos da doença. Na quarta-feira (9), o primeiro óbito foi confirmado na cidade. Há ainda 3.346 pessoas aguardando os resultados dos exames. Na última semana, eram 2.793 casos confirmados, com 100 casos graves. Segundo a diretora da Vigilância em Saúde de Campinas, Brigina Kemp, 80% dos casos notificados devem ser confirmados como dengue e a expectativa é de que o número total de infectados seja superior ao de 2007, maior epidemia da história, com 11 mil casos.   Novos locais A diretora afirmou ainda que a epidemia se alastra pela cidade. Além da região Noroeste, que era o maior foco da epidemia - a maioria dos casos que chegam aos Centros de Saúde são dengue -, as regiões Sudoeste (DICs, Vista Alegre e União) e Norte (São Marcos, Santa Mônica e Barão Geraldo) também preocupam. Ambas já atingiram a marca de 100 infectados por cada grupo de 100 mil habitantes, o que suspende a sorologia.   O procedimento que passa a ser utilizado é que o paciente suspeito de estar com dengue no bairro seja automaticamente diagnosticado como confirmação da doença para dar agilidade ao tratamento. A prática é comum no País em surtos de contaminação. Vírus   A primeira vítima fatal da dengue, uma mulher de 69 anos, era moradora do Jardim Paranapanema, na região Sul de Campinas. A morte aconteceu no dia 25 de março e, segundo a Secretaria de Saúde, a paciente foi atendida por hospitais da rede particular do município. A vítima sofreu o que os médicos chamam de síndrome do choque da dengue. O vírus que tem circulado na cidade é o tipo 1, forma mais agressiva da doença. Pelo menos desde 2012, não havia registro de mortes por dengue em Campinas. Não há, por enquanto, outra morte sendo investigada pela dengue. Brigina afirmou que a possibilidade da epidemia se estender até junho, durante a Copa do Mundo, é baixa, uma vez que a curva epidêmica começa a cair a partir de maio. Segundo ela, a queda é habitual e foi vista em outras epidemias.No entanto, a diretoria afirmou que a curva epidêmica é modulada por diversas questões, entre elas climáticas. Caso a temperatura aumente ou chova nas próximas semanas, pode haver alteração.   Números parciais Para o especialista e biólogo da Universidade de Campinas (Unicamp) Carlos Fernando Salgueirosa de Andrade, os números da epidemia em Campinas são apenas 10% do total. Segundo ele, o número ajuda a mensurar a crise, mas não são exatos.Ele afirmou que a dengue é uma doença de notificação compulsória: as pessoas não deveriam ter a opção de notificar ou não a suspeita à postos de saúde. Com isso, os números não apresentariam a realidade.Em 2º lugar No ranking estadual, Campinas está em 2º lugar na listagem de municípios que têm mais casos de dengue, segundo dados de janeiro a março deste ano disponibilizados pela Secretaria Estadual de Saúde. Foram, no período, 2.520 casos - o número não registra as confirmações de abril. A cidade perde apenas para Americana (2.711), mas fica à frente da capital (1.802).Santa Bárbara D'Oeste, outra cidade da Região Metropolitana de Campinas (RMC), também figura no ranking: está em sétimo lugar, com 744 casos, segundo a Secretaria Estadual de Saúde. Segundo o órgão, as 10 cidades com o maior número de casos, entre todas as 645 que compõem o Estado, foram responsáveis por 12.645 dos 18.445 casos confirmados no primeiro trimestre deste ano, ou seja, cerca de 70% das ocorrências ficou concentrada em apenas 1,55% dos municípios paulistas.      DENGUE EM CAMPINAS   2007 - 11.437 casos 3 mortes2008 - 395 casos 0 mortes2009 - 204 casos 1 morte2010 - 2704 casos 3 mortes2011 - 3.233 casos 1 morte2012 - 1008 casos 0 morte2013 - 6.930 casos 0 morte2014 - 3.615 (até 10 de abril) 1 morte

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