Jonas disse que vai contratar 646 funcionários para suprir convênio encerrado com o Cândido
Reunião do Conselho Municipal de Saúde: comissão interna pede votação de emergência na Saúde (Edu Fortes/ AAN )
A Prefeitura de Campinas anunciou na quarta-feira (13) que espera contratar cerca de 646 profissionais da Saúde nos próximos 15 dias, entre eles, 200 médicos, para repor o déficit que surgiu após as demissões dos 621 trabalhadores contratados via Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira. O convênio foi julgado irregular pelo Tribunal de Contas do Estado.
Para conseguir cumprir parte das contratações, o Município enviou projeto de Lei à Câmara no final do mês passado pedindo autorização para admitir temporários, o que foi aceito. Das 391 vagas aprovadas em caráter emergencial, 200 são destinadas a médicos, mas só 51 assumem as vagas na sexta (15).
O prefeito Jonas Donizette (PSB) afirmou que não haverá desassistência. Representantes do Conselho Municipal de Saúde, porém, falaram em “caos” e a Comissão Fiscal do órgão decretou estado de emergência da Saúde de Campinas. O posicionamento, porém, ainda tem de ser votado pelo conselho.
Na tarde de ontem, em reunião realizada em seu Gabinete, Jonas garantiu que serão lotados 646 profissionais, superando o número de demitidos, que foram 621. Afirmou, ainda, que dos demitidos, muitos já haviam se desligado e ontem foi o último dia de trabalho de parte deles que já cumpriam aviso prévio, portanto, estavam com a carga horária reduzida.
O prefeito minimizou o problema e explicou que os 110 médicos desligados correspondem a 7% do total de 1.434 médicos da rede. O chefe do Executivo disse que até o final deste mês, 200 novos médicos serão contratados, superando em 90 o número de demitidos. O gasto mensal com os profissionais temporários será de R$ 2,2 milhões.
Mas apesar da expectativa da Prefeitura, dos 200 médicos chamados, apenas 94 compareceram para confirmar o interesse. Desses, 51 já começam a trabalhar nas áreas de urgência e emergência, que segundo o secretário de Saúde Cármino Antonio de Souza, foi o setor mais prejudicado, especialmente o Pronto Atendimento (PA) do Padre Anchieta e do São José.
Ontem, um novo grupo de profissionais foi chamado para assumir os cargos a partir da semana que vem. Enquanto todo o quadro de funcionários não é restabelecido, a Prefeitura anunciou a revisão das escalas dos médicos, que deverão ampliar as horas trabalhadas.
“É uma solução definitiva legal para um problema que se arrastava há muito tempo na Prefeitura. Passando essa etapa, teremos melhor assistência para a população”, disse Jonas. “Podemos ter algum tipo de turbulência aqui ou ali, nós assumimos isso, mas estamos cumprindo uma decisão judicial”, disse o secretário. “Há dificuldade de logística para contratar esse número de pessoas. É hercúleo o que foi feito aqui (na Prefeitura) neste intervalo de tempo.”
O secretário de Recursos Humanos, Marionaldo Maciel, foi além. “É uma operação de guerra com todos os recursos do RH e Saúde para que a gente possa colocar os médicos para trabalhar.”
Ele anunciou concurso público para a Saúde em maio. O edital será lançado sexta. Serão 243 vagas para médicos, duas para bioquímicos e 15 para enfermeiros. A expectativa é de contratar os profissionais ainda este ano, substituindo os temporários.