multidisciplinar

Seccional planeja ampliação de serviços

Formalização de convênios com universidades, que já atuam nas DDMs, e incorporação da Diju

Alenita Ramirez
20/08/2020 às 07:52.
Atualizado em 28/03/2022 às 18:16
Delegado Penteado Filho quer garantir a permanência do programa (Wagner Souza/AAN)

Delegado Penteado Filho quer garantir a permanência do programa (Wagner Souza/AAN)

A 1ª Delegacia Seccional de Campinas estuda a ampliação e também a assinatura de um termo de cooperação para estágio de estudantes de psicologia com as universidades Unip e PUC-Campinas. O convênio já existe com as delegacias de Defesa da Mulher (DDMs), mas eles precisam ser renovados anualmente. A intenção do delegado Seccional, Nestor Sampaio Penteado Filho, é formalizar a parceria com aval do Departamento de Polícia Judiciária São Paulo Interior 2 (Deinter 2) e da Delegacia Geral da Polícia Civil, para que o serviço seja contínuo. Além disso, para que a assistência também seja ampliada para a Delegacia da Infância e Juventude (Diju).  “Essa cooperação, se aprovada, representa um apoio social às vítimas da violência, não apenas nas DDMs , mas para as vítimas em geral. E, por outro aspecto, a Polícia coopera com os estágios profissionais das Universidades. A sociedade sai ganhando”, disse Sampaio, como é conhecido. Pelo projeto, as instituições vão encaminhar estudantes de psicologia, que serão monitorados por professores, para estagiarem nas unidades, com atendimento de vítimas de violência e também de jovens infratores e seus familiares. “Para a universidade, esse convênio é muito bom, pois proporciona uma grande experiência para os alunos e muitos dos universitários, mesmo após o término do estágio, continuam prestando serviço voluntário nas unidades”, frisou a psicóloga judiciária e supervisora de Estágio de Psicologia Jurídica da Unip, Carla Pontes Donnamaria. “Essa parceria ajuda a vítima de violência, que quando ela busca apoio é porque chegou no ápice do ciclo. Ela quer desabafar, narrar sua história, quer ser ouvida e quer ajuda. Geralmente, a vítima não quer se separar ou a punição do seu agressor, pois muitas vezes ela depende dele em vários aspectos. O que ela almeja é um rompimento da violência e seu reconhecimento pessoal. E só pela ajuda especializada que essa vítima conseguirá identificar suas necessidades e buscar segurança para si”, disse Carla. A proposta já foi enviada nesta semana para o delegado do Deinter 2, José Henrique Ventura, que também deverá enviar ao delegado-geral da Polícia Civil, Ruy Ferraz Fontes. Pelo convênio, as universidades entram com a mão-de-obra e a Polícia Civil com a estrutura. Registros Só na 1ª Delegacia Seccional foram registrados no primeiro semestre deste ano, 1017 casos de violência, desde morte a injúria – a 2ª DDM não forneceu os números. Esses registros foram desde presencial ao feito pela internet. Na comparação com igual período do ano passado, os números caíram (foram 1.204 em 2019), já que em 2020, a partir de março foi decretado o isolamento social devido a pandemia da Covid-19 e isso refletiu nas denúncias. Entre os registros deste ano, a injúria, ou ofensa pessoal como xingamento, tiveram aumento de quase 25%. Entre janeiro e junho deste ano foram contabilizados 127 casos, enquanto no ano passado foi de 101. Julho foi o mês que mais registros ofensas pessoais entre casais na área de abrangência da 1ª Seccional, com 41 casos, seguido de junho, com 26. “Apesar de o isolamento social começar em março, mas algumas pessoas ainda trabalharam, em julho muita gente entrou de férias, o que refletiu no aumento de mais pessoas em casa”, lembrou o delegado. Apesar do número reduzido de ocorrência na 1ª DDM, no estado os números em gerais aumentaram significadamente, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP). De acordo com a Pasta, foram mais de 5,5 mil boletins eletrônicos de violência doméstica, registrados durante a quarentena. Oficialmente a quarentena no Estado de São Paulo teve início no dia 24 de março, data em que também foi anunciado a possibilidade de registros de diversos crimes eletronicamente, antes feitos apenas presencialmente. Na sequência, no dia 3 de abril, também foi incluída à natureza "violência doméstica" neste novo rol - mais uma forma de proteger as mulheres. No segundo trimestre do ano foram contabilizados um total de 5.559 boletins eletrônicos desta natureza de um total de 29.117 registros. Segundo a SSP, do total de comunicações feitas à Polícia Civil, desta modalidade criminosa, 19,09% foram realizadas por meio da internet - mais de 60 registros por dia.

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