contra padres

Seccional investiga denúncias sexuais

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) confirmou ontem que a Delegacia Seccional de Limeira instaurou inquérito para apurar denúncias

Daniel de Camargo
18/07/2019 às 11:18.
Atualizado em 30/03/2022 às 22:44

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) confirmou ontem que a Delegacia Seccional de Limeira instaurou inquérito para apurar denúncias de crimes de assédio sexual supostamente cometidos pelos padres Carlos Alberto da Rocha, reitor da Basílica Nossa Senhora do Patrocínio, em Araras, e Felipe de Moraes Negro, pároco da Paróquia Santa Isabel de Portugal. A pasta informou que a investigação vai apurar as informações divulgadas pela revista Veja, na última sexta-feira. A reportagem narrou como os suspeitos teriam abusado das vítimas. A Polícia Civil também investiga o ex-bispo da Diocese de Limeira, d. Vilson Dias de Oliveira, que renunciou ao posto em maio passado, e o padre Pedro Leandro Ricardo, afastado da Basílica Santo Antônio de Pádua. D. Vilson é acusado de apropriação indébita, extorsão e de acobertar crimes de assédio sexual, que supostamente foram cometidos por Ricardo. A polícia já confirmou, por meio de documentos cedidos pelo próprio d. Vilson, que nos últimos quatro anos o suspeito adquiriu dois imóveis que totalizam cerca de R$ 1 milhão, situados no litoral Sul do Estado. Ele alegou que o patrimônio foi comprado de forma lícita e nega ter cometido extorsão, mas cita que recebeu doações em momentos específicos, nos quais passava por dificuldades financeiras. Em ambos os casos, os dois acusados são alvo de apurações também pelo Vaticano. “De acordo com as denúncias, o modus operandi dos três sacerdotes é muito similar. A maioria das vítimas nasceu em família pobre e desestruturada e tinha a igreja como esteio. Ou seja, os religiosos escolhiam a dedo as pessoas mais frágeis”, informou trecho da reportagem publicada pela Veja, em referência aos padres Negro, Rocha e Ricardo. A revista revela ainda que a cartilha do padre Ricardo, seguida por seus colegas, também incluía terror psicológico, com a diferença de que os abusos teriam começado em incursões de Kombi para rezas na zona rural ou dentro da sacristia. Enquanto estava ao volante do carro, Ricardo, de acordo com a Veja, pedia às vítimas que se sentassem ao seu lado e aproveitava para passar a mão nas pernas e no órgão sexual dos garotos. Outro Lado A Diocese de Limeira informou, em nota, que ainda não foi notificada oficialmente sobre o caso. Porém, ressaltou que o padre Felipe de Moraes Negro se encontra suspenso desde o dia 31 de maio, por suspeita de desvio de verba. O texto destaca que o referido religioso está temporariamente afastado de suas funções “até que todas as denúncias sejam esclarecidas, conforme observância do Código de Direito Canônico.” Sobre o padre Carlos Alberta da Rocha, a diocese desconhece qualquer denúncia formal contra ele. “Porém, as denúncias também estão sendo apuradas, conforme observância do Código de Direito Canônico”, informou trecho do texto. “As apurações seguem em curso Sob Sigilo Canônico”, reforça a nota. “A Diocese de Limeira ratifica seu empenho em esclarecer todas as denúncias.”

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