REGISTRO

Saúde mapeia câncer em Campinas

Próstata, mama, cólon e reto são os mais prevalentes, segundo dados divulgados em seminário

Da Agência Anhanguera
11/05/2018 às 08:18.
Atualizado em 28/04/2022 às 08:22
Bernardete Moreira estava radiante na festa graças ao "milagre" proporcionado pela ONG Tesoura Sem Ponta: quimioterapia causou abatimento (Divulgação)

Bernardete Moreira estava radiante na festa graças ao "milagre" proporcionado pela ONG Tesoura Sem Ponta: quimioterapia causou abatimento (Divulgação)

O câncer de próstata, de mama, de cólon e reto são os que mais surgem em Campinas, segundo dados apresentados pelo Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) da Secretaria Municipal de Saúde, no primeiro Seminário do Registro de Câncer de Base Populacional, realizado na manhã de ontem, no Salão Vermelho, na Prefeitura. As estatísticas, embasadas por dados coletados nos anos de 2010 e 2011, apontam que, entre as mulheres, o câncer de mama corresponde a 28,7% dos casos da doença, seguido do cólon e reto, totalizando 12,6% e glândula tireoide com 8,25%. Já nos homens, o de próstata representa 29,1% das ocorrências, seguido do de cólon e reto com 11,3%. Na terceira posição, a população masculina é afetada pelo tumor localizado na traqueia, brônquios e pulmões, somando 6,7%. Maria do Carmo Ferreira, coordenadora do Registro de Câncer de Base Populacional de Campinas (RCBP), explica que, apesar dos dados serem de 2010 e 2011, muito provavelmente refletem o cenário atual, pois tratasse de uma doença de progressão lenta. “Temos segurança em afirmar isto, tendo em vista que mudanças epidemiológicas do câncer levam em média 10 anos”. Entretanto, Maria diz que a intenção é consolidar os dados dos outros anos o mais rápido possível, pois parâmetros mundiais trabalham sempre com períodos de três anos de defasagem. Sobre o seminário, ela analisa que o mais preponderante do evento, destinado a gestores, médicos e enfermeiros das unidades de saúde da SMS e profissionais de unidades públicas e privadas que atendem pacientes com a patologia, é divulgar esses números. “As estatísticas ajudam na construção de políticas públicas para o combate ao câncer e para o direcionamento de recursos para o tratamento da doença”, contextualiza. Ao todo, 34 fontes notificadoras foram utilizadas para o levantamento das informações. Os dados de cinco fontes são importados do Registro Hospitalar de Câncer da Fundação Oncocentro de São Paulo (FOSP) e do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM / SMS). O restante das 28 fontes tem como base registros da equipe do RCBP de acordo com o atendimento do sistema de saúde da cidade. O evento também foi palco para a apresentação do Boletim de Mortalidade pela professora Marilisa Berti Barros da Faculdade de Medicina (FCM) da Unicamp. Marceli de Oliveira Santos, representante do Instituto Nacional do Câncer (Inca) do Ministério da Saúde, falou sobre as estimativas e perfil da doença no Brasil e no mundo. A notificação de todos os casos da doença registrados no Município passou a ser obrigatória no último ano, por meio de aprovação de lei municipal. Todas as instituições de saúde, privadas ou públicas, devem informar os dados ao Devisa. O registro possibilita identificar grupos de riscos, além da realização de melhores avaliações e acompanhamentos de mortalidade, tanto quanto um melhor planejamento para participação de estudos epidemiológicos. 

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