Programa oferece agora 480 vagas por semana em 57 centros de saúde
A previsão é que todos os centros de saúde ofereçam teleconsultas até o final do segundo semestre; a modalidade de atendimento é disponibilizada após avaliação na triagem (Kamá Ribeiro)
O atendimento por teleconsulta já cobre 86% dos postos de saúde de Campinas. A Secretaria Municipal de Saúde confirmou que desde segunda-feira (17) 57 dos 66 centros de saúde da cidade estão com a modalidade disponível. O programa de Saúde Digital da Prefeitura também ampliou de 310 para 480 a oferta de vagas por semana com as novas unidades capacitadas. A previsão é que todos os centros de saúde ofereçam teleconsultas até o final do segundo semestre. A modalidade de atendimento é disponibilizada após avaliação na triagem feita de forma presencial nos centros de saúde.
O usuário pode escolher entre usar o próprio celular para realizar a consulta ou mesmo computadores da unidade de saúde. Esse serviço é oferecido para todas as faixas etárias. O serviço funciona da seguinte forma. O paciente que chega ao centro de saúde com o quadro avaliado de baixo risco pela triagem e não tem consulta agendada, caso precise de atendimento, os enfermeiros vão oferecer a opção de realizar a teleconsulta. Se a pessoa aceitar, ela receberá um comprovante com o horário do atendimento on-line por WhatsApp ou SMS. O paciente recebe um link para acessar a plataforma de consultas. O médico que faz o atendimento à distância fica na central no Hospital Mário Gatti.
A coordenadora da Saúde Digital - Sistema Único de Saúde (SUS) em Campinas, Thaís Leitão Ramos Luz, ressaltou a importância do aumento da oferta de vagas.
“Com a ampliação do acesso à Saúde Digital em Campinas, conseguimos agilizar os atendimentos e minimizar o tempo de espera por uma avaliação médica. A população tem aprovado e procurado pelo serviço nas unidades. A nova modalidade de atendimento também evita que casos leves procurem os atendimentos de urgência e emergência, como os prontos-socorros e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).”
Com relação às dificuldades, Thaís destacou a capacitação dos funcionários. “Os desafios estão relacionados às mudanças no processo de trabalho, treinamento e capacitação das equipes, e aproximação do tema com os usuários.”
O médico Omar Crizi Cozac trabalha nos atendimentos de teleconsultas há um ano em Campinas. Cozac explicou que a equipe do centro de saúde informa o quadro do paciente ao médico que fará a teleconsulta. “O enfermeiro tira os sinais vitais e verifica os antecedentes do paciente. Além disso, a gente precisa ter acesso ao prontuário eletrônico dele.”
O médico explicou que essas informações dão melhores condições aos médicos para que eles saibam como conduzir o atendimento.
“Obviamente, eu não dependo somente da triagem, eu também preciso da capacitação da equipe aqui (no Mário Gatti). Somos treinados para saber o que dá para fazer e o que não dá para fazer. Hoje mesmo, nós tivemos alguns atendimentos que olhamos e falamos: ‘não é candidato ao teleatendimento’. Outros, ao contrário, são candidatos ao teleatendimento. A Telessaúde, ela não vem para substituir nada. Ela vem para potencializar algumas coisas e utilizar alguns recursos. Basicamente, é para isso que ela vem. Eu consigo resolver algumas questões burocráticas de baixa complexidade, como renovação de receita, encaminhamento, solicitação de exames.”
Maria das Graças Gouvêa, 68 anos, utilizou o serviço no Centro de Saúde Jardim Aurélia, quando estava com febre e dores na garganta. Assim que chegou, ela fez o teste de covid-19, que deu negativo. Os enfermeiros indicaram a teleconsulta e ela aceitou.
“Foi muito bom. Resolveu meu problema. A médica que me atendeu foi muito boazinha e muito educada. Ela me passou medicamento e as enfermeiras me ajudaram. Ela me atendeu na hora certinha. Eu aprovo a telemedicina”, contou a aposentada.
Gustavo Pereira Fraga, professor titular da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), destacou que é preciso investir na capacitação do profissional de saúde, para que ele possa utilizar da melhor forma possível esse instrumento.
“Ele precisa ter um treinamento para isso, porque ele não estará vendo o paciente, ele não vai ter contato ali frente a frente, mas você pode ter empatia e um acolhimento adequado mesmo usando essas tecnologias à distância.”
ONDE HÁ TELEMEDICINA
Fonte: Prefeitura de Campinas