O Comitê de Prevenção e Controle das Arboviroses da Prefeitura de Campinas definiu na manhã de ontem um conjunto de medidas
O Comitê de Prevenção e Controle das Arboviroses da Prefeitura de Campinas definiu na manhã de ontem um conjunto de medidas para enfrentar a chegada do sorotipo 2 da dengue (DEN-2), que não circulava na cidade desde 2011. O governo municipal teme uma nova epidemia, já que somente nos três primeiros meses deste ano, o total de casos de dengue é superior aos registros do ano passado inteiro — são 556 casos confirmados em 2019, contra 301 dos doze meses de 2018. Ainda há outros 1.390 casos sob investigação e que aguardam respostas. Dentre as iniciativas definidas ontem pelo governo municipal estão: o treinamento para o atendimento e manejo clínico, uma capacitação para médicos e enfermeiros da Rede Mário Gatti, a criação de uma ficha de notificação simplificada, a criação de um site para orientar a população, além da agilização de exames e o desenvolvimento de instrumentos de integração entre serviços. Ao todo, o Comitê de Prevenção e Controle das Arboviroses reúne 14 secretarias da Prefeitura e mais a Sanasa. Números preocupantes O número de casos confirmados de dengue neste ano, em Campinas, está acima do esperado, considerando-se a média histórica da década. Além disso, todos os casos de 2019 são do vírus tipo 2 (DEN-2), o que preocupa ainda mais as autoridades, já que quando uma pessoa pega um tipo de dengue, ela fica imune a ele automaticamente. O problema, contudo, é que como o tipo 2 não circulava na cidade há muito tempo, praticamente 100% dos moradores estão suscetíveis a serem contaminados. Segundo a Prefeitura, a cidade ainda não vive um cenário epidêmico, mas a situação é preocupante. Na última terça-feira, a Secretaria de Saúde convocou uma coletiva de imprensa com jornalistas para anunciar que intensificaria as ações de combate à proliferação do Aedes aegypti — mosquito transmissor da dengue —, prioritariamente, nos bairros das regiões Noroeste e Norte. No atual momento, a região que mais preocupa o Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) é a do Campo Grande, que lidera o número de casos com um percentual superior aos 30%. Barão Geraldo, Taquaral e Sousas também estão em estado de alerta para uma eventual epidemia da doença. Alerta Em nota, a Prefeitura informou ontem que as pessoas que sentirem algum dos sintomas da dengue, como febre alta, dor muscular, fadiga, manchas vermelhas pelo corpo, náusea, vômito, entre outros, devem procurar um centro de saúde. “Para acabar com a proliferação do mosquito é preciso evitar acúmulo de água, latas, pneus e outros objetos. Os vasos de plantas devem ter a água trocada a cada dois dias. É importante, também, vedar a caixa d’água. Os vasos sanitários que não estão sendo usados devem ficar fechados" . Monte Mor O Departamento de Vigilância em Saúde da Prefeitura de Monte Mor decretou estado de alerta para os casos positivos de dengue na cidade. Até o final da tarde de ontem foram 53 notificações, sendo 13 deles positivos, 26 negativos e mais 13 resultados sendo aguardados. Agentes comunitários de endemias vistoriaram casas e materiais inservíveis, que oferecem as condições ideais para a porliferação do mosquito Aedes aegypti.