SOLUÇÃO

Saúde busca leitos de UTI em hospitais de Campinas

Medida visa suprir déficit causado pela interdição de ala no Celso Pierro devido à superbactéria

Cecília Polycarpo
cecília.cebalho@rac.com.br
29/07/2013 às 21:28.
Atualizado em 25/04/2022 às 07:15

No último sábado (27), a direção do Celso Pierro anunciou que a UTI não receberá pacientes por pelo menos um mês (Janaína Maciel/AAN)

Hospitais particulares de Campinas foram acionados pela Secretaria de Saúde para cederem leitos de Unidade de Terapia Intensiva Adulta (UTI) para o Sistema Único de Saúde (SUS), enquanto a ala para pacientes graves do Hospital e Maternidade Celso Pierro (Hospital da PUC) estiver interditada por causa do surto de uma versão resistente da bactéria Klebsiella pneumoniae. Cinco vagas foram oferecidas nesta segunda-feira (29), quatro pelo Hospital Casa de Saúde e uma pelo Hospital Beneficência Portuguesa.No último sábado (27), a direção do Celso Pierro anunciou que a UTI não receberá pacientes por pelo menos um mês, até a contaminação ser controlada. A iniciativa da Prefeitura é um esforço para diminuir os reflexos do déficit de nove vagas de UTI adulta do SUS. O Celso Pierro deixará de atender também nos dez leitos reservados para convênios particulares. Até a tarde desta segunda-feira, a rede de Saúde do município ainda contava com quatro leitos do SUS vagos, dois no Hospital Dr. Mário Gatti e dois no Ouro Verde.“Como nosso sistema é muito instável, estamos tentando recompor a oferta de vagas. Além disso, fizemos um reforço nos pronto-socorros, com mais pessoal e equipamentos”, explicou a diretora do Departamento de Gestão e Desenvolvimento Organizacional da Secretaria de Saúde, Ivanilde Ribeiro. Segundo ela, além da Casa de Saúde e do Beneficência, foram acionadas outras quatro unidades: o Hospital Vera Cruz, o Hospital Maternidade Madre Teodora, o Centro Médico e Hospital Renascença.A Vigilância Sanitária fez uma vistoria no Celso Pierro na manhã desta segunda-feira para verificar a adequação das medidas tomadas pela direção do hospital para conter o surto. De acordo com a médica infectologista Ana Laura Tozi Zanatto Bortolli, todos os procedimentos feitos no hospital até agora estão dentro das normas. “Vamos continuar acompanhando o processo de investigação das causas do surto. Nossa competência é vigiar essas medidas, mas sabemos que determinar o momento e circunstância em que esse organismo entrou no hospital não é fácil e demanda tempo”, disse. Segundo ela, a versão resistente da Klebsiella pneumoniae, que produz a enzima Carbapenemase, existe desde 2006 em ambiente hospitalar no Brasil. ContaminaçãoNo total, onze pacientes estão contaminados, sete isolados em leitos da UTI e quatro isolados em vagas de internação comum. Apenas um deles, que está na UTI, desenvolveu a infecção no sangue. A superbactéria não responde com facilidade a antibióticos e pode causar pneumonia, infecção sanguínea, urinária, em feridas cirúrgicas e enfermidades que podem evoluir para um quadro de infecção generalizada, e eventualmente levar à morte. Os enfermos que já se encontram na UTI continuarão em tratamento.As informações foram passadas na manhã de sábado pelo médico e diretor técnico do hospital, Ricardo Sugahara, e pela coordenadora da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Celso Pierro, Irene Rocha Haber. Segundo eles, a superbactéria existe no hospital desde 2009, mas em janeiro a equipe verificou o aumento da versão resistente, a Klebsiella pneumoniae Carbapenemase, a (KPC). A UTI não havia sido interditada anteriormente porque os níveis de contaminação estavam dentro da curva aceitável para a unidade continuar atendendo, segundo Irene.Os pacientes em isolamento são tratados por profissionais que usam luvas, avental e máscara. Cada um está em um cômodo separado, que fica com as portas fechadas. As roupas e utensílios de médicos e enfermeiros que entram em contato com os contaminados são imediatamente descartados após o uso. Os visitantes também precisam entrar com proteção na ala. “São medidas que não são comuns em UTI. A luva, por exemplo, não é normalmente usada”, disse a coordenadora.

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