medida educativa

Saúde alerta sobre riscos de carrapatos

Placas com avisos sobre o risco de contrair a febre maculosa e de área sujeita a infestação de carrapatos foram colocadas em praças e canteiros

Gilson Rei
28/08/2019 às 08:04.
Atualizado em 30/03/2022 às 17:12

Placas com avisos sobre o risco de contrair a febre maculosa e de área sujeita a infestação de carrapatos foram colocadas em praças e canteiros do Jardim Chapadão, onde há a suspeita de morte pela doença de uma mulher, de 66 anos, que morava na região. As placas foram distribuídas pela Prefeitura de Campinas como medida educativa e preventiva em Locais Prováveis de Infecções (LPIs).  Entre 2007 e 2019 foram 97 casos registrados, dos quais 45 pessoas morreram da doença. No ano passado foram dez registros e quatro mortes, quase o mesmo deste ano - até o momento foram confirmados oito casos e quatro mortes em 2019. Uma moradora que reside naquela mesma região foi picada por carrapato e morreu dia 11 de agosto passado com suspeita de febre maculosa. Exames de sangue estão sendo avaliados pelo laboratório Adolfo Lutz, em São Paulo, e, segundo a Prefeitura de Campinas, não há previsão de quando o resultado será concluído e divulgado. Os indícios são fortes de que a causa da morte dessa mulher seja febre maculosa por diversos fatores, incluindo os sintomas que ela manifestou antes de vir a óbito. Segundo familiares, ela foi picada por carrapato e teve todos os sintomas da doença. Outro indício é o fato da residência dela ficar próxima à área pública infestada por carrapatos no Jardim Chapadão, denunciada por moradores em reportagem do Correio Popular no dia 23 de julho passado. Na ocasião, os moradores reclamaram da existência de capivaras e de muitos carrapatos na região, próxima ao clube Andorinhas, à Praça e ao Templo Budista. Os moradores reclamaram também da grande quantidade de carrapatos e da presença constante de capivaras, que são hospedeiras da febre maculosa, capaz de causar até a morte. Muitas pessoas alegaram que foram picadas e tiveram que buscar tratamento. Outros moradores alertaram sobre picadas em cachorros e gatos domésticos e que tiveram também que buscar apoio de veterinários. Monitoramento A Prefeitura informou que a Secretaria de Saúde desenvolve o Programa de Monitoramento de Diagnósticos e de Áreas de Infestações pelo Carrapato, vetor da febre maculosa. Nesse programa há um estudo e um trabalho para conter o surgimento de carrapatos. Ricardo Conde Alves Rodrigues, médico veterinário do Departamento de Vigilância em Saúde de Campinas, disse que o registro de febre maculosa em Campinas está dentro da mesma média desde 2007 e que não há indícios de epidemia. Rodrigues explicou que o surgimento de carrapato estrela e o risco da febre maculosa é normal em qualquer área de mata com grama, lagos e córregos. A Secretaria de Saúde faz um mapeamento dos locais com riscos com base nos dados fornecidos pelas pessoas que tem casos confirmados da doença. “Com isto é feito um trabalho educativo com placas e campanhas informativas na região e intensifica o corte da grama, deixando sempre baixa para inibir a ação dos carrapatos”, disse. Cuidados O médico explicou que a febre maculosa tem sintomas muito parecidos com dengue, leptospirose e gripes fortes, com o fato adicional de apresentar manchas avermelhadas pelo corpo. “Por isso, quando tiver estes sintomas é fundamental avisar ao médico se esteve em locais de mata, lagos e gramas nos últimos 15 dias. O médico vai poder prescrever antibiótico ideal para fazer o tratamento adequado e evitar a morte da pessoa”, explicou. “Se demorar muito para iniciar o tratamento, a febre maculosa poderá ser letal”, disse. Outros cuidados é evitar gramas em parques que tem os avisos. “Caso entre em áreas com risco é bom sempre fazer um exame detalhado no corpo para identificar se tem carrapato e remover”, disse. Rodrigues destacou também que o carrapato está presente durante todo o ano, mas existe um momento de pico, entre junho e novembro, quando há maior probabilidade de ocorrências. Quanto ao manejo de capivaras para outras áreas, a Prefeitura explicou que não tem autorização e que o órgão responsável e adequado para este trabalho é a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e que os moradores devem buscar este órgão para tentar remover os animais do local. Além disso, a Prefeitura sugeriu que os moradores da região (e de outras áreas que surjam problemas semelhantes) façam uma ligação ao 156 para denunciar, principalmente se houver capivaras circulando. SAIBA MAIS Febre maculosa brasileira é uma doença transmitida pelo carrapato-estrela ou micuim da espécie Amblyomma cajennense infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii. Esse carrapato hematófago pode ser encontrado em animais de grande porte (bois cavalos etc.), cães, aves domésticas, roedores e, especialmente, na capivara, o maior de todos os reservatórios naturais.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por