TECNOLOGIA

Satélite da Embrapa desvenda RMC para estudantes

Atlas aborda peculiaridades geográficas, históricas, econômicas e sociais dos vinte municípios da Região Metropolitana de Campinas

Rogério Verzignasse
15/03/2015 às 05:00.
Atualizado em 24/04/2022 às 01:59
Equipe da Embrapa Monitoramento por Satélite que desenvolveu o GeoAtlas para ser utilizado em salas de aula da rede pública de Campinas ( Dominique Torquato/ AAN)

Equipe da Embrapa Monitoramento por Satélite que desenvolveu o GeoAtlas para ser utilizado em salas de aula da rede pública de Campinas ( Dominique Torquato/ AAN)

A geotecnologia vai para dentro da sala de aula. Um atlas geográfico de cem páginas, com imagens captadas por satélite, será distribuído em estabelecimentos da rede municipal de ensino a partir desta semana, e vai se transformar em uma ferramenta para a formação de alunos do Ensino Fundamental.   O projeto, desenvolvido desde 2009 na Embrapa Monitoramento por Satélite, em Campinas, contou com a participação de professores da rede, que ajudaram na elaboração de um material que aborda peculiaridades geográficas, históricas, sociais e econômicas dos municípios da Região Metropolitana de Campinas. No período, a empresa investiu R$ 280 mil na publicação de mil exemplares do GeoAtlas.   Além de financiar a edição belíssima, os recursos foram usados na compra de imagens captadas por satélites estrangeiros, que mostram com exatidão aspectos físicos como a expansão da manha urbana e a localização de áreas exploradas com a atividade agropecuária. O estudo das imagens dá a noção de como as atividades humanas materializaram-se em âmbito local, e permite que o aluno entenda o meio em que vive. As paisagens e elementos, transformados com o tempo, são apresentados em imagens de épocas diferentes, que se sobrepõem.   “É possível para o aluno saber como sua cidade se desenvolveu a partir de atividades econômicas específicas, pontuais”, afirma a pesquisadora Cristina Criscuolo, editora técnica do GeoAtlas, há 11 anos geógrafa da empresa. A Prefeitura de Campinas também teve participação importante. Cada um dos 23 professores da rede envolvidos atualmente receberam remuneração extra pelas “horas-projeto”.   Fora do expediente escolar, eles receberam orientação dos pesquisadores para o uso do sistema de informações geográficas e para acesso a dados. Agora, os “formados” serão multiplicadores das atividades dentro de cada uma das 45 escolas municipais.   O governo municipal vai arcar, ainda no primeiro semestre, com a publicação de 3 mil exemplares do primeiro volume do GeoAtlas, que será apresentado oficialmente aos diretores e coordenadores pedagógicos amanhã. A ideia é que cada estudante (do 5° ano em diante) tenha um exemplar da obra.   Enquanto os exemplares não chegam, os professores vão orientar as pesquisas das imagens disponíveis na internet. O projeto ainda prevê a publicação de um segundo volume, que vai tratar exclusivamente dos produtos agropecuários de cada município. “A grande virtude do GeoAtlas é sua interdisciplinaridade. No período de elaboração, aconteceu a rica troca de saberes entre pesquisadores e professores de todas as áreas. O produto final mostra que a RMC é fruto da interdependência de fatores econômicos, sociais e históricos”, fala Míriam Benedita de Castro Camargo, coordenadora de formação da Secretaria Municipal da Educação. E o que impressiona, na publicação, é a fidelidade nas imagens. Os monitores da empresa são alimentados com informações precisas sobre relevo, clima, fenômenos ambientais e meteorológicos.   É possível saber, por exemplo, quais regiões e culturas são afetadas por secas ou alagamentos, ou como as mudanças interferem na produtividade do campo, ano após ano.

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