Levantamento ponta que cidade tem o maior índice per capita na Região Metropolitana de Campinas
Copom prevê alta de 5% da gasolina e 2,5% no gás em 2013 (Agência Brasil)
Município com pouco mais de 20 mil habitantes, Santo Antonio de Posse tem o maior consumo per capita de combustível da Região Metropolitana de Campinas (RMC). Segundo o Anuário Estatístico de Consumo Energético divulgado pela Secretaria de Energia de São Paulo com dados do ano passado e divulgado em setembro, o consumo de álcool e gasolina no município foi de 758,4 litros por habitante. A falta de serviço de transporte coletivo urbano e a dependência de cidades vizinhas para serviços básicos e de lazer são alguns dos motivos que explicam o resultado surpreendente. Outro fator que pode explicar a liderança de Posse é que três postos de combustíveis instalados na Rodovia Adhemar de Barros (SP-340) pertencem ao município, que acaba absorvendo o fluxo de motoristas que transmitam pela rodovia.A cidade conta somente com ônibus intermunicipais para cidades como Campinas, Jaguariúna, Holambra, Mogi Mirim e Amparo, deixando os moradores reféns do carro. A população mais carente e que não tem acesso ao automóvel é obrigada a apelar a bicicletas e até a skates para suprir a carência.“A falta de opção de um transporte coletivo obriga o cidadão a tirar o carro de casa. Cidades menores têm tendência de gerar viagens mais curtas e acabam consumindo mais combustível”, analisa o professor de Engenharia Civil da Unicamp e especialista em Transportes, Creso de Franco Peixoto.Além da ausência do transporte coletivo, Santo Antonio de Posse não dispõe de um hospital municipal. Por isso, os moradores que precisam de atendimento têm que se deslocar para outros municípios. “Como a cidade não tem hospital há a necessidade de viagens longas para buscar atendimento e aumenta o consumo”, completa Peixoto.Se não há previsão para a implantação de um sistema de transporte coletivo, a Prefeitura espera solucionar a falta do hospital municipal em breve. “No começo do ano que vem devemos começar as obras do hospital municipal. Hoje temos um convênio com Amparo, para onde são levados os pacientes de baixa complexidade. Os de alta complexidade vão para os hospitais da PUC, Unicamp, ou Mário Gatti, em Campinas”, diz a secretária de Saúde de Santo Antonio de Posse, Vania Regina da Cruz Santos.O casal Walter Leone Marchiori, de 74 anos, e Conceição Campos Marchiori, de 71 anos, roda pela cidade com uma Kombi utilizada para transportar legumes que são comercializados na região. O idoso também utiliza o veículo para se deslocar até Campinas, onde realiza tratamento médico. “Uso bastante o carro aqui na cidade porque trabalho com comércio de batata, abobrinha etc. E também de vez em quando vou para a Unicamp”, conta Marchiori. O comerciante Nicollas Oliveira, de 21 anos, disse que a maioria da população tem que usar o carro para se deslocar pela cidade por causa da ausência de transporte coletivo. Ele também reclama da falta de opções de lazer no município. “Aqui dependemos muito do carro porque não tem transporte municipal. E para o lazer temos que sair da cidade porque não tem muito o que fazer”, afirma Oliveira. Valinhos é a segundaDepois de Santo Antonio de Posse, a segunda cidade com o maior consumo per capita de combustível de acordo com o Anuário foi Valinhos, com média de 667,8 litros consumidos por habitante em 2012. Diferente de Santo Antonio de Posse, a cidade conta com um sistema de transporte público. Porém, o alto poder aquisitivo do município aliado ao grande número de pessoas que trabalham em Campinas ou São Paulo elevaram o consumo de combustível no município. Depois de Valinhos os maiores consumos de combustíveis foram registrados em Nova Odessa (610,0 litros), Vinhedo (581,2 litros) e Americana (538,24 litros). Maior cidade da região, Campinas tem apenas o sexto maior consumo de combustível da região (506,81 litros per capita).