bacia do anhumas

Sanasa moderniza sistema de tratamento de esgoto

A Sanasa substituirá o sistema de tratamento dos esgotos da Bacia Anhumas para eliminar o forte odor apontado por moradores, conforme denúncia

Alenita Ramirez
23/08/2019 às 09:51.
Atualizado em 30/03/2022 às 18:47

A Sanasa substituirá o sistema de tratamento dos esgotos da Bacia Anhumas para eliminar o forte odor apontado por moradores, conforme denúncia feita ao Ministério Público (MP) em 2014. O anúncio ocorreu ontem pelo presidente da empresa Arly de Lara Romêo, durante cerimônia de assinatura de convênio entres as prefeituras de Campinas e Valinhos, na sede da Sanasa, no bairro Ponte Preta. O evento contou com a participação dos prefeitos Jonas Donizette e Orestes Previtale, além do presidente do Departamento de Água e Esgoto de Valinhos (DAEV), Pedro Inácio Medeiros, e vereadores. Pela proposta, o convênio vai permitir que as prefeituras busquem recursos de financiamento para obras de retrofit nas estações de tratamento de Anhumas, em Campinas, e Capuava, em Valinhos. Isso significa que essas estações hoje existentes serão substituídas por outras modernizadas, com a instalação de membranas de ultrafiltração, que vão purificar ainda mais a água de reúso. As obras de intervenções serão realizadas com as estações em funcionamento. As atuais ETEs (Estação de Tratamento de Esgoto) serão substituídas pelas Epar (Estação de Produção de Água de Reúso). Com a reformulação, a unidade de Valinhos quadruplicará a capacidade de tratamento, passando de 100 litros por segundo, para 400. A unidade de Campinas faz 1.085 l/s. “A Capuava, apesar de estar em Valinhos, será operada pela Sanasa”, disse Romêo. A parceria foi feita devido ao fato do Ribeirão Samambaia desaguar no ribeirão Pinheiro, em Valinhos, onde funciona a atua ETE Capuava. Por sua vez, o Pinheiro deságua no Rio Atibaia. A estação Capuava fica a cerca de 2 km da estação de tratamento de água de Campinas. “Essa parceria é algo inédito que acontece no Brasil. Dois municípios que se juntaram para resolver um problema ambiental. A promotoria do meio ambiente apontou o problema. O prefeito de Valinhos nos procurou (…), nós não vamos só beneficiar Valinhos, mas trazer mais indústria e tratar o esgoto de forma adequada. Tem muitos benefícios. Campinas ganha também porque a água que será jogada no rio, vamos pegar ela mais limpa”, disse Jonas. No Ribeirão Samambaia, em Campinas, existe uma ETE que faz o tratamento para uma população de 40 mil habitantes. Com a parceria com o Daev, essa estação será desativada e o tratamento ficará em Valinhos, cidade com pouco mais de 120 mil habitantes. Ou seja, um quarto do esgoto tratado na nova Epar será de Campinas. “(…) Sem essa parceria não teríamos condições. Com essa obra, estaremos beneficiando o meio ambiente, devolvendo para o Rio Atibaia uma qualidade de água superior àquela que é captada para beber, de consumo humano. Então nós estamos falando agora de algo mais moderno, não só de estação de esgoto mas de uma fábrica de água de reúso”, frisou Previtale. Na Epar Capuava serão construídos dois módulos de tratamento, com capacidade de 200 litros por segundo cada um. Já na Anhumas, serão cinco módulos. A obra de modernização das estações foi orçada em pouco mais R$ 126 milhões, sendo que 95% estão sendo solicitados junto ao Ministério de desenvolvimento Regional. A Sanasa terá uma contrapartida de 5%, equivalente a R$ 6,3 milhões. A expectativa que as obras tenham início em janeiro do ano que vem e sejam entregues ainda dentro do mandato dos dois prefeitos. Só a Epar Anhumas abrange a região central de Campinas, a qual envolve 110 bairros e uma população estimada de 457,6 mil habitantes. Reúso Como o novo procedimento purificará a água, segundo os prefeitos, a Sanasa já busca negociações com a Replan e Viracopos, que podem ser grandes compradores da água de reúso.

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