RECUPERAÇÃO FINANCEIRA

Sanasa fecha 2017 com lucro de R$ 119 milhões

Crescimento é de 51,2% em relação ao balanço de 2016

Maria Teresa Costa
27/03/2018 às 07:46.
Atualizado em 23/04/2022 às 08:27
Estação de tratamento em Sousas: sistema de esgotamento sanitário atende 93,21% da população urbana (Cedoc/RAC)

Estação de tratamento em Sousas: sistema de esgotamento sanitário atende 93,21% da população urbana (Cedoc/RAC)

A Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa) fechou 2017 com um lucro de R$ 119,17 milhões, um crescimento 51,2% em relação a 2016, conforme balanço da empresa que está sendo publicado nesta terça-feira. É o segundo ano consecutivo de recuperação financeira, depois da crise hídrica de 2014 e 2015, quando a empresa registrou prejuízos de R$ 18,7 milhões e em 2015, R$ 57,9 milhões, respectivamente. A Sanasa qualifica 2017 como um ano excepcional para a empresa, considerando que o Produto Interno Bruto (PIB) do País cresceu apenas 1% em relação ao ano anterior, enquanto a companhia teve aumento de 51,2% no seu lucro líquido e de 28,45% na geração de caixa operacional. O crescimento do lucro da empresa é resultado de três fatores que propiciaram o aumento da receita operacional líquida em 10,35%, influenciada especialmente, segundo o diretor financeiro e de relações com investidores, Pedro Cláudio da Silva, pelo reajuste tarifário de 10,67% para as tarifas de água e esgoto e de 7,87% para os demais serviços, além de um aumento de 1,97% do consumo de água e a ampliação do número de clientes (5.995 novos acessos ao serviço de fornecimento de água tratada e 6.475 aos serviços de coleta e afastamento de esgoto sanitário). A geração de caixa operacional, segundo o balanço, atingiu R$ 234,9 milhões no ano passado, contra R$ 182,8 milhões em 2016, o que representa uma evolução de 28,45%. Esse resultado, disse o diretor, é importante porque garante as contrapartidas exigidas nos financiamentos para obras em água e esgoto que, em geral, representam 10% do valor do investimento. Investimento Este ano, a empresa vai investir R$ 415,1 milhões em obras de saneamento, que permitirão alcançar a meta de universalizar o tratamento e distribuição de água, e de coleta e tratamento de esgoto. O recurso é oriundo de uma linha de crédito da Caixa Econômica Federal (CEF) para obras que beneficiarão 800 mil pessoas. Em 2018, informa a empresa, os esforços serão para consolidar os avanços alcançados, priorizar a geração de valor para os seus stakeholders (público estratégico) e manter o foco na sustentabilidade em busca de novos negócios e oportunidades de mercado. O endividamento da empresa foi de 23,7%, frente a 24% no ano anterior. O indicador, segundo o balanço, que evidencia o percentual de obrigações de curto prazo em relação às obrigações totais, atingiu o menor valor em 2017, quando comparado aos últimos cinco anos. O balanço informa que no ano passado foram aplicados mais de R$ 58 milhões em obras nos sistemas de água e esgoto, que propiciaram mais de 6 mil novos acessos aos serviços de água tratada e mais 6 mil aos serviços de coleta e afastamento de esgoto. Nos últimos cinco anos, a empresa investiu, de acordo com o balanço, R$ 475 milhões em saneamento, a maior parte em esgotamento sanitário. Parte do investimento, de R$ 267,9 milhões, ocorreram em esgoto e R$ 173 milhões e o restante em outros itens. Nesses cinco anos, foram substituídos 171 quilômetros de rede de água, e mais 57,6 mil famílias tiveram acesso ao sistema de esgoto. Água potável Atualmente a Sanasa atente 99,56% da população urbana com água potável encanada. No ano passado foram produzidos mais de 99 milhões de metros cúbicos de água potável distribuídos por 4,6 mil quilômetros de adutoras e redes de distribuição e armazenado em 69 reservatórios dispersos pela cidade. Esse sistema contempla 343,1 mil ligações de água. Além disso, o sistema de esgotamento sanitário atende 93,21% da população urbana, com 317.290 ligações e 452.969 economias, por uma rede de 4,3 mil quilômetros. A capacidade de tratamento de esgoto é de 95%, enquanto a média brasileira é de 44,9%. A capacidade de tratamento chegará a 100% com a conclusão, até o final do ano, da ETE Boa Vista. A operação dessa estação começará em 2019. A Sanasa fechou 2017 com um índice de perdas de 21,06%.

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