PLANEJAMENTO

Sanasa 'desviará' água para hospitais de Campinas

Pronto atendimentos possuem um sistema de reservação de água pequena e esquemas de abastecimento com caminhões-pipa não resolverão o problema, porque não haverá local para receber a água

Maria Teresa Costa
04/03/2015 às 11:08.
Atualizado em 23/04/2022 às 18:28
Reunião entre Sanasa e diretores de hospitais de Campinas foi realizada ontem para definição de estratégias em caso de agravamento da crise hídrica ( Dominique Torquato/ AAN)

Reunião entre Sanasa e diretores de hospitais de Campinas foi realizada ontem para definição de estratégias em caso de agravamento da crise hídrica ( Dominique Torquato/ AAN)

A Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa) terá dificuldades para garantir o abastecimento de água nos pronto atendimentos municipais se houver o agravamento da crise hídrica a partir de abril. As unidades possuem um sistema de reservação de água pequena e esquemas de abastecimento com caminhões-pipa não resolverão o problema, porque não haverá local para receber a água.   A maior preocupação é com o Complexo Hospitalar Ouro Verde, que tem um sistema de reservação de água suficiente para apenas um dia. Segundo o diretor comercial da empresa, Luiz Carlos de Sousa, a Sanasa avalia a possibilidade de doar uma caixa de água de porte, para garantir segurança hídrica naquela unidade.A empresa reuniu ontem os hospitais de Campinas para apresentar seu plano de contingência de fornecimento de água para garantir o funcionamento das unidades, na eventualidade do agravamento da crise hídrica. Balanço divulgado pela Sanasa aponta que dos 20 principais hospitais da cidade, nove têm reservação para apenas um dia, seis para dois dias e cinco para três dias. “Isso significa que a primeira medida que propomos aos hospitais será aumentar a capacidade de reservação”, afirmou Sousa.Segundo ele, a Sanasa irá contratar dez caminhões-pipa para levar água aos hospitais, e espera a relação de prioridade de abastecimento nos pronto-atendimentos, que a Secretaria de Saúde irá entregar, para montar um sistema que garanta água a essas unidades. Está definido que os hospitais da região central serão abastecidos por uma rede exclusiva de água. A Sanasa já está trabalhando nos detalhes do sistema, que implicará no fechamento de válvulas e rgistros existentes na rede, para direcionar a água exclusivamente aos hospitais, caso o racionamento venha a ser implantado. Serão abastecidos por rede exclusiva os hospitais Casa de Saúde, Hospital Mário Gatti, Beneficência Portuguesa, Renascença, Santa Tereza, Irmãos Penteado e Maternidade. As unidades hospitalares da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) também serão abastecidas por rede exclusiva.As unidades que estão fora do Centro irão receber água por caminhões-pipa — dez serão contratados para atender 11 hospitais e quatro instituições, caso da Penitenciária Feminina e as unidades da Fundação Casa. O Complexo Hospitalar Ouro Verde, com consumo de 140 metros cúbicos por dia de água, vai exigir três caminhões exclusivo por dia para garantir o abastecimento, o que, segundo Sousa, vai aumentar os custos. Hospitais como a Maternidade de Campinas estão buscando soluções próprias para não ficar sem água. A Maternidade possui um poço, que está sem uso e a água produzida é jogada fora todo dia, porque inunda a área dos transformadores. O administrador do hospital, Luciano Lobo, disse ontem que análises da qualidade da água e da vazão estão sendo feitas para avaliar a possibilidade de incrementar a oferta com esse manancial e ter água para utilizar na lavanderia, caldeira, alguns banheiros da área administrativa e nos jardins e pátios.OtimismoO presidente da Sanasa, Arly de Lara Romêo, disse ontem que o plano de contingência está montado, mas com a expectativa de que não seja necessária sua implementação. Segundo ele, Campinas recebeu do governador Geraldo Alckmin (PSDB) garantias de que haverá a liberação do Sistema Cantareira no Rio Atibaia para que o principal manancial da cidade tenha uma vazão mínima que dê conta do abastecimento da cidade.

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