Na avaliação da empresa, tudo indica que a cidade irá passar com tranquilidade pelo período mais crítico do ano
Bairros terão corte momentâneo de água nesta quinta-feira ( Cedoc/RAC)
As chuvas que estão caindo desde o início do ano na calha principal do Rio Atibaia e nos afluentes do rio e as precipitações nos primeiros dias de julho, mês tradicional de agravamento da seca, farão com que Campinas consiga passar pelo período tradicional de estiagem sem necessidade de rodízio no abastecimento, segundo a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa). Na avaliação da empresa, tudo indica que a cidade irá passar com tranquilidade pelo período mais crítico do ano. Nesta quarta-feira, (8), a vazão do Atibaia ficou em 7,4 metros cúbicos por segundo (m3/s) mais que o triplo do que a empresa captou (2m3/s) para abastecer 95% de Campinas.A empresa capta o que a cidade consome e o volume atual retirado do rio, segundo a empresa, é normal para essa época do ano, quando o consumo cai por causa do frio. A elevação na vazão do rio ajuda a melhorar a qualidade da água. O Sistema Cantareira operou ontem, pelo sexto dia consecutivo, com 19,7% da capacidade total, e descarregou 1,33m3/s nas Bacias PCJ distribuídos nos rios Jaguari e Atibaia, e 9,15m3/s para a Grande São Paulo. A água está sendo captada do volume morto, porção que fica abaixo das comportas das represas e que precisa de bombas para ser utilizada no abastecimento.O coordenador de comunicação da Sanasa, Marco Lodi, disse que o rodízio no fornecimento está descartado. “O volume de chuvas desse ano superou as precipitações do ano passado”, afirmou. DesafiosDurante audiência da Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado sobre os desafios da crise hídrica, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse que a previsão para o Estado é de um período de seca menos rigoroso. “Não tem mais nenhum risco em termos de rodízio”, declarou. Acompanhado por parlamentares aliados, o governador fez um balanço sobre o período mais duro da seca em São Paulo — considerada a maior do último século — e como o governo enfrentou a crise nos principais reservatórios da região metropolitana. O tucano destacou a colaboração de 83% da população na economia de água e o fato de a indústria começar a utilizar água de reúso. Aos senadores e deputados, Alckmin defendeu a transposição e a interligação de bacias. São Paulo, segundo ele, está investindo na transposição do Alto Tietê. O governador também destacou a assessoria do governo japonês no trabalho de redução de perdas do sistema de abastecimento e disse que a implantação de 1,6 mil válvulas redutoras de pressão amenizaram os efeitos da crise hídrica. “Ninguém ficou sem água”, disse Alckmin. A audiência reuniu em Brasília autoridades e entidades da área de saneamento básico. O diretor do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs), Walter Gomes, lamentou que investimentos em água para irrigação estão sendo cortados para abastecer a população no Nordeste e que os açudes da região terão dificuldades para chegar a 2016. “Cada dia é uma dificuldade maior”, afirmou. (Da Agência Estado)