Sanasa debate abertura para criar subsidiárias

O Conselho de Administração da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa) vai deliberar hoje a alteração na lei que criou a empresa para permitir a criação de subsidiárias e abrir possibilidade para ampliar as atividades da empresa, hoje centradas no saneamento. Com a criação de uma subsidiária, a empresa poderá, por exemplo, criar a Sanasa Ambiental para gerar energia fotovoltaica e comercializá-la ou energia a partir do lixo e do lodo. O prefeito Jonas Donizette (PSB) disse que, com o aval do conselho, enviará projeto à Câmara, mas a criação de subsidiárias não ocorrerá durante seu mandato. “É uma alteração visando o futuro da empresa e que deixarei para o próximo prefeito. Este ano não começarei nenhum projeto novo e minha missão e entregar a ETE Boa Vista neste primeiro semestre, que elevará a capacidade de tratamento de esgoto para 100%. Também quero viabilizar recursos na Caixa Econômica para a construção da represa de água bruta e entregar novos reservatórios de água tratada”, afirmou. A alteração proposta visa fazer frente ao projeto do novo marco regulatório do saneamento que, na visão da Sanasa, praticamente obrigará os municípios a realizar licitação pública para a concessão dos serviços públicos de saneamento, permitindo a qualquer entidade, pública ou privada, participar da licitação. A empresa entende que necessita adequar à lei para poder aproveitar as oportunidades que surgirem com o novo marco. O presidente do conselho, Pedro Maciel, afirma que a mudança dará oportunidade para a formação de uma nova e mais complexa companhia ou a criação ou participação de companhias com apelo à sustentabilidade. Com a mudança, a Sanasa poderá constituir subsidiárias, coligar-se ou participar de qualquer empresa privada, participar de empresas públicas ou de sociedades de economia mista nacionais ou internacionais, consórcios. Com a alteração, a Sanasa poderá criar subsidiárias desde que tenha autorização legislativa. “O que se pretende é ter novas atividades voltadas ao capitalismo de stakeholders (interesse da sociedade) e não no capitalismo dos shareholders (interesse dos acionistas). A alteração da lei de criação visa o futuro da empresa. Estamos pensando no desenvolvimento sustentável da companhia e das pessoas envolvidas, desde funcionários, acionistas, fornecedores”, afirmou. Uma subsidiária é uma empresa controlada por outra que detém a maioria ou o total de suas ações. A Prefeitura detém, hoje, 99,99% do controle acionário da Sanasa. Além dela, com 370.600.672 ações, a Cohab, Emdec, Setec e os ex-presidentes da empresa, Lauro Péricles Gonçalves e Ozair Rizzo, possuem 6.186 ações cada, e outros sete acionistas têm uma ação cada um. “O alinhamento da companhia com as tendências mundiais refletem a visão do prefeito Jonas Donizette”, disse Maciel. A possibilidade de constituição de subsidiárias, disse, está sendo pensada na expansão da Sanasa após a universalização da água, esgoto e tratamento. Uma decisão tomada nesse período, disse, foi a criação da gerência de novos negócios, que abriu as portas da empresa para outros projetos que visam garantir seu crescimento, atuando em outros municípios, países dentro da cadeia de valor do segmento onde atua, economicamente mais viáveis. O prefeito lembra a parceria feita recentemente com Valinhos. Por meio de um convênio de cooperação técnica, a Sanasa fará a operação e gerenciamento da Estação de Tratamento de Esgoto — ETE Capuava, de Valinhos. O trabalho conjunto, que permitirá tratar o esgoto de Valinhos e todo o efluente da bacia de esgotamento Samambaia, localizada em Campinas, prevê um convênio de 30 anos e investimento no valor de R$ 130 milhões provenientes da Caixa. A parceria também envolve a ampliação e a modernização da ETE Capuava, a operação da estação e a implantação de uma estação produtora de água de reúso.