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Salto Grande investe contra aguapés

A ação de retirada, entretanto, é insuficiente e outras medidas de combate à poluição ambiental serão necessárias

Gilson Rei
01/08/2019 às 07:52.
Atualizado em 30/03/2022 às 21:52

A infestação de aguapés na Represa de Salto Grande, em Americana, diminuiu pela metade em sete meses de remoções e a expectativa é de atingir em outubro um nível mínimo aceitável de permanência das plantas aquáticas. A ação de retirada, entretanto, é insuficiente e outras medidas de combate à poluição ambiental serão necessárias. Odair Dias, secretário de Meio Ambiente de Americana, afirmou que o trabalho de remoção já surtiu efeitos positivos com a diminuição em 51,5% da extensão de aguapés no reservatório. "Porém, estamos enxugando gelo", revelou. O secretário afirmou que a ação não é suficiente. "É uma medida que ajuda, mas não soluciona o problema. Ao mesmo tempo que se retira as plantas aquáticas, crescem novas. Além dessa remoção, é necessário combater a origem, que é proibir o lançamento de esgoto com fósforo e nitrogênio, fontes de proliferação dos aguapés", disse. Outras ações devem ser realizadas para combater a poluição no reservatório. "Cargas difusas também prejudicam, como a poluição que vem das cidades da região, o descarte irregular de lixo, o lançamento de esgoto clandestino e a falta de um trabalho de recomposição da mata ciliar", afirmou. A CPFL Renováveis, que possui uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH) na represa e é responsável pela manutenção, realiza o trabalho de remoção desde janeiro. No início do ano, 350 hectares do reservatório estavam coberto por plantas. Em março, os aguapés tomavam ainda 270 hectares da represa e algo tinha que ser feito para acelerar o processo. Depois que a sociedade civil, a Prefeitura e o Ministério Público (MP) exigiram medidas mais urgentes, o ritmo de trabalho aumentou. Dias mostrou que a Represa de Salto Grande tem 1,2 mil hectares de extensão e que, depois das pressões, foram retiradas mais da metade das plantas que cobriam os 350 hectares em janeiro deste ano. "Atualmente, a área coberta de aguapés é de cerca de 170 hectares, que representa 48,5% da área total. Isso foi importante, pois no período de estiagem aumenta drasticamente o volume de aguapés e, mesmo assim, houve uma redução", afirmou. A ação de remoção executada pela CPFL Renováveis teve um ganho no número de máquinas. No início havia uma frente de trabalho com a retirada de 80 caminhões por dia. Uma segunda frente teve início há 15 dias, com a remoção de mais 80 caminhões de aguapés por dia. Hoje, uma terceira frente será aberta na Praia Azul para somar mais 40 caminhões ao dia. Com isto, Dias tem a expectativa de saltar para a retirada média de 200 caminhões de plantas aquáticas por dia e chegar à meta estabelecida de remoção de aguapés em outubro. "O objetivo é de chegar a 100 hectares de área coberta com aguapés e manter esse volume confinado para retirada permanente até resolver as outras questões que dão origem à proliferação no reservatório", afirmou. O acúmulo de aguapés forma diariamente enormes manchas verdes no reservatório e atrapalha a travessia de embarcações e turistas. Nos anos 70 e 80, as praias de água doce de Americana, conhecidas como Praia Azul e Praia dos Namorados, recebiam centenas de visitantes nos finais de semana, quando a água ainda era limpa. Atualmente, a represa é castigada pelo despejo irregular de esgoto de residências e indústrias de 18 municípios próximos. Sofre também com o lançamento de fósforo e nitrogênio junto com o esgoto, com o descarte irregular de lixo e pela falta de um trabalho de recomposição da mata ciliar.

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