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Saldo de emprego é o pior desde 2017

A Região Metropolitana de Campinas (RMC) fechou março com a geração de 327 empregos com carteira assinada, o pior saldo desde 2017

Maria Teresa Costa
25/04/2019 às 09:44.
Atualizado em 04/04/2022 às 08:47

A Região Metropolitana de Campinas (RMC) fechou março com a geração de 327 empregos com carteira assinada, o pior saldo desde 2017, quando a região perdeu 497 postos de trabalho, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia, divulgados ontem. Apesar da retração, no acumulado do primeiro trimestre do ano, o saldo é positivo em 7.549. O crescimento das demissões, segundo o diretor regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), José Henrique Correa, é resultado do pessimismo do empresariado em relação à economia do País, mas ele acredita que se houve sinalização de que a reforma da Previdência será aprovada, os números serão revertidos. “Num clima de pessimismo, os empresários, especialmente os de grandes empresas, fazem corte onde o custo é maior, que é a mão de obra”, afirmou. As reformas da Previdência, tributária e desoneração, segundo ele, geram expectativa positiva para que os empresários venham a investir. “Se isso ocorrer, teremos grande número de contratações”, afirmou. Seis cidades da RMC perderam postos de trabalho em março, entre elas Campinas, que fechou 516 postos, o pior saldo do mês desde 2017, quando 653 postos foram fechados. Também ficaram no negativo Artur Nogueira (30), Jaguariúna (31), Monte Mor (65), Sumaré (583) e Valinhos (115). Comércio e indústria O comércio e a indústria puxaram a retração da empregabilidade na RMC. A indústria fechou 254 postos e o comércio, 247. Já em Campinas, comércio contratou 3.001 trabalhadores e demitiu 3.420, um saldo negativo de 419 postos de trabalho. A indústria admitiu 1.099 e desligou 1.214 e encerrou março com o fechamento de 115 postos. O setor de serviços fez 6.623 contratações no mês, mas demitiu 6.687 e terminou março com o fechamento de 64 vagas. Insegurança Para o economista Ricardo Negreiros, o mês de março refletiu toda a insegurança da economia diante das crises políticas abertas no início do governo, a incerteza da aprovação da reforma da Previdência, situações que devem ainda impactar os resultados de abril. “A reforma da Previdência é crucial nesse momento, porque sem isso o País não sinaliza mudanças que o empresariado espera. O projeto passou na Comissão de Constituição e Justiça, mas a dúvida é se passará no plenário sem que haja alterações para atender setores que tem privilégios”, afirmou. A construção civil, entre os setores da economia que mais geram emprego em Campinas, terminou março no azul, com a geração de 86 postos, com a admissão de 804 trabalhadores e a demissão de 718. É o terceiro mês seguido que o setor tem saldo positivo na geração de empregos. Na RMC, o setor encerrou o trimestre com 549 vagas criadas. Para o presidente da Associação Regional da Construção de Campinas e Região (Habicamp), Francisco de Oliveira Lima Filho, o início de 2019 tem sido positivo para toda a cadeia da construção na Região Metropolitana de Campinas, mostrando um quadro de recuperação, tanto na questão do emprego como em lançamentos imobiliários. “Estes fatores refletem no aumento de riqueza e impostos para as Prefeituras, movimentando a economia regional”, ressalta. “Independentemente da política, as empresas do setor vêm investindo em lançamentos imobiliários e temos anúncios de investimentos industriais grandes, que vão demandar mão de obra em grande escala nos próximos meses”, afirmou. RMC - EMPREGOS EM MARÇO Cidade                        Admissão   Demissão   Saldo Americana                        2.747       2.341        133 Artur Nogueira                   262          292          -30 Campinas                       11.637    12.153      -516 Cosmópolis                        425          254          171 Engenheiro Coelho              112          110           2 Holambra                           327          241          86 Hortolândia                       1.334       1.144        190 Indaiatuba                        2.542       2.338        204 Itatiba                               964          888           76 Jaguariúna                         629          660          -31 Monte Mor                           33          398          -65 Morungaba                         119          91            28 Nova Odessa                      609          458          151 Paulínia                             1.506       1.131        375 Pedreira                             479          448          31 Santa B. d´Oeste               1.668       1.562        106 Sto. Antonio de Posse          166          154          12 Sumaré                             1.576       2.159       -583 Valinhos                            1.320       1.475       -115 Vinhedo                            1.153       1.011         142 Total                               29.489     29.217       327 Fonte Caged

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