TRATAMENTO

São Paulo ameaça ir ao STF por leitos de UTI

Em Campinas, três leitos exclusivos para covid foram desabilitados

Agências Estado
09/02/2021 às 12:49.
Atualizado em 22/03/2022 às 04:52
O governador Jo?o Doria: ?desabilitar leitos ? absurdo? (Portal do Governo do Estado de S?o Paulo)

O governador Jo?o Doria: ?desabilitar leitos ? absurdo? (Portal do Governo do Estado de S?o Paulo)

O governador João Doria (PSDB) ameaçou judicializar o pedido feito ao governo federal para a abertura de leitos de UTI no Estado. "São Paulo judicializará essa medida imediatamente no Supremo Tribunal Federal. É um absurdo termos a desabilitação de leitos de UTI pelo Ministério da Saúde, que deveria se antecipar e mantê-los disponíveis", disse durante coletiva de imprensa na tarde de ontem.

De acordo com o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, o governo federal ainda não respondeu nenhum dos ofícios enviados por São Paulo e uma ação já foi ajuizada no STF para cobrar uma posição efetiva do Planalto sobre a reabilitação de leitos da UTI. "Estamos aguardando, mas até este momento não tivemos nenhum parecer do Ministério dando uma resposta formal aos vários ofícios que foram para lá enviados", disse, completando que uma nova solicitação será encaminhada em nome do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

Doria afirmou ainda que já autorizou a Procuradoria-Geral do Estado a cobrar uma "posição clara e objetiva" da pasta, reforçando que se não recebesse uma resposta até o final desta segunda, entraria com uma ação no STF. Ele ainda convidou líderes de outros Estados para se unirem à iniciativa, via Conass ou pelo Fórum dos Governadores. "A única atitude que não vamos ter é a de não fazer nada", frisou.

Na semana anterior, o Ministério da Saúde solicitou um aporte de R$ 5,2 bilhões ao Ministério da Economia para custear principalmente o aumento na disponibilização de leitos de UTI, que vem caindo desde o ano passado. Reportagem do Estadão apontou nesta segunda que, em apenas nove meses, o governo federal reduziu em mais de 80% o financiamento de vagas na UTI para pacientes do coronavírus.

"É um absurdo estarmos na segunda onda da pandemia e o Ministério da Saúde estar desabilitando leitos no Brasil inteiro, não só no Estado de São Paulo. É inacreditável que isso pudesse ocorrer, mas ocorreu", disse Doria.

Taxa de ocupação

O fechamento de três leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs) exclusivos para pacientes com covid-19, da rede particular, fez com que a taxa de ocupação voltasse a crescer ontem, em Campinas. Com 256 vagas, somando as redes pública e privada, o índice chegou a 81,25%, com 208 sendo utilizadas.

Na sexta-feira, com 259 leitos disponíveis e 207 ocupados, a cidade contabilizou 79,92% de preenchimento.

O número de leitos de UTI pode variar de acordo com as necessidades dos hospitais. É possível, por exemplo, reservar por tempo determinado algumas unidades para a realização de cirurgias ou outros procedimentos.

A gestão dos leitos privados é feita exclusivamente por seus respectivos hospitais, assim como a decisão de fechá-los, ainda que temporariamente, como já explicado anteriormente pela prefeitura de Campinas durante as entrevistas realizadas para falar sobre o avanço da doença na cidade.

Ontem, os leitos estavam divididos da seguinte forma:

No Sistema Único de Saúde (SUS) do município, dos 107 leitos disponíveis, 97 estavam ocupados. A taxa de ocupação era de 90,65%.

Na rede pública estadual, havia apenas uma vaga livre, entre as 17 disponíveis, o que corresponde a 94,12%. Na rede particular, com três leitos a menos, o índice de preenchimento foi de 71,97%. Dos 132 leitos, 95 estavam ocupados. Havia 37 livres.

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