Rossini manda excluir ofensas de Schneider de ata da sessão

A Câmara de Campinas determinou a remoção de suas atas oficiais as ofensas proferidas pelo vereador Jorge Schneider (PL) aos jornalistas do Correio Popular na sessão do último dia 10. A medida é contrapartida de providências solicitadas pelo jornal à presidência da casa após falas insultuosas do vereador. Assim sendo, não constará em nenhum documento oficial do legislativo o que foi proferido pelo parlamentar em relação aos colaboradores do Correio Popular.

Além disso, um protocolo de decreto legislativo foi criado pela Mesa Diretora da Casa para outorgar o certificado de Empresa Cidadã ao jornal. A honraria será discutida nos próximos dias entre os parlamentares e, caso aprovada, a celebração de entrega do certificado será marcada junto aos representes do Correio Popular.

"Será uma sessão de desagravo para atender à solicitação do jornal. O presidente irá conduzir uma sessão solene, ainda a ser marcada, e dentro dessa sessão irá entregar o prêmio para a empresa", informou a assessoria de imprensa da presidência.

Em despacho enviado pelo presidente da Câmara, o vereador Luiz Rossini (PV) salientou a reconhecida importância do jornalismo praticado pelo Correio Popular à cidade de Campinas. "Entende a Mesa Diretora a importância de toda a imprensa, no contexto da democracia brasileira, a qual, sem nenhuma dúvida, enriquece o debate e possibilita diversas formas de manifestação. Sendo fundamental nesse sentido, garantir o respeito e a integridade do exercício da profissão jornalística e, sobretudo, do Correio Popular, que no município de Campinas, exerce um papel fundamental", diz o texto.

Insultos

Na sessão do dia 10 de abril, o vereador Schneider usou a tribuna para ofender colaboradores do Correio Popular injustamente. Durante a fala, o parlamentar acusou jornalistas e editores de "mau-caratismo" e "parcialidade" durante a cobertura do título conquistado pela Ponte Preta na Série A2 do Campeonato Paulista.

Os vereadores Guida Calixto (PT) e Marcelo Silva (PSD) foram, até o momento, os únicos a se manifestarem publicamente em relação aos insultos.

Guida subiu à tribuna na quarta-feira (12), na sessão ordinária, para contestar a manifestação desarrazoada e destemperada do vereador do PL e prestar solidariedade aos jornalistas do Correio. E, na sextafeira, depois que o advogado Pedro Benedito Maciel Neto encaminhou à mesa diretora da Câmara, em nome do jornal, requerimento solicitando que o discurso de Schneider fosse retirado dos anais da casa, o vereador Marcelo Silva encaminhou à redação uma nota em que presta sua "solidariedade a todos os profissionais de imprensa de Campinas que foram atacados verbalmente na sessão da última segunda-feira".

Entidades

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo (SJSP) e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) também manifestaram veemente repúdio às declarações do vereador Jorge Schneider.

"A pretexto de criticar a cobertura do jornal o referido vereador atacou, com ofensas pessoais e calúnias, os profissionais da editoria de esportes do jornal. O direito do vereador e de qualquer pessoa de não gostar e criticar a publicação é garantido pela Constituição, porém, utilizar da tribuna do parlamento para proferir ofensas a profissionais constitui crime contra a honra, além de ferir a ética e decoro do exercício parlamentar. Neste sentido, o SJSP a FENAJ se solidarizam com o os profissionais atacados pelo vereador, bem como se colocam à disposição para eventuais medidas cabíveis de reparação" diz a manifestação conjunta das entidades.