Prefeitos do Litoral paulista já pediram ao governo do Estado e estão recorrendo à Justiça para bloquear o acesso de turistas às praias no feriadão prolongado em São Paulo, de hoje até segunda-feira. Eles alegam que a antecipação dos feriados coloca em risco o isolamento social conseguido "às duras penas". "Pedimos o apoio da Polícia Rodoviária para fechar a Rodovia Rio-Santos nos limites com Bertioga e com Caraguatatuba. Esses feriados trazem um impacto grave, pois 14 milhões de pessoas da capital não vão ficar em casa. Toda vez que teve feriado, houve aumento de 30% nos casos de coronavírus no município. São 100 mil veranistas que entram, além dos 45 mil que já estão aqui", disse o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto (PSDB). Em uma rede social, ele chamou a proposta de "sacanagem". "Vai ficar todo mundo em São Paulo, com sol no fim de semana? Vai ficar lá no apartamento olhando para o Parque Ibirapuera? É brincadeira, né? Vai vir todo mundo para cá", disse. "É falta de respeito absurdo. Ficamos aqui com toda fiscalização correndo para fechar as praias, aí vira feriado lá e vem todo mundo para cá. É brincadeira!" Já o prefeito de Caraguatatuba, Aguilar Junior (MDB) disse: "Não podemos jogar fora, em quatro dias, todo o trabalho de dois meses. Se a situação está controlada, com apenas 10 leitos de UTI ocupados, é porque conseguimos manter o isolamento. A capital está pensando nela, o que é certo, mas temos que garantir a saúde do pessoal aqui. Não queremos chegar ao extremo de ter que abrir praias em plena pandemia." Os nove municípios da Baixada Santista não vão aderir aos feriados antecipados. Eles pediram ao governo estadual para impedir a entrada de turistas nesse trecho do Litoral. O plano é fazer bloqueios nos acessos. "Vamos endurecer as medidas para impedir que venham, com o apoio do Estado, que se comprometeu a realizar medidas restritivas no Sistema Anchieta-Imigrantes", disse o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB).
