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Rodoviária impõe desafio ao usuário

Buscar ou deixar um parente, um amigo ou qualquer conhecido na Rodoviária de Campinas, a cada dia que passa tem se tornado uma complicação extra para os motoristas, que com frequência reclamam do espaço destinado para os veículos na área de embarque e desembarque

Henrique Hein
18/03/2018 às 11:06.
Atualizado em 23/04/2022 às 06:39
Trânsito intenso na Rodoviária de Campinas, sexta-feira à tarde: confusão entre carros de passeio, táxis e veículos de aplicativos aumenta a cada dia desde a inauguração do terminal (Leandro Ferreira)

Trânsito intenso na Rodoviária de Campinas, sexta-feira à tarde: confusão entre carros de passeio, táxis e veículos de aplicativos aumenta a cada dia desde a inauguração do terminal (Leandro Ferreira)

Buscar ou deixar um parente, um amigo ou qualquer conhecido na Rodoviária de Campinas, a cada dia que passa tem se tornado uma complicação extra para os motoristas, que com frequência reclamam do espaço destinado para os veículos na área de embarque e desembarque. As poucas vagas destinadas e o trânsito que se forma em horários de pico, sobretudo na sextas-feiras, segundo os usuários, gera estresse desnecessário.  O estudante de engenharia ambiental, Bruno Abrahão, de 23 anos, comentou que costuma levar seus parentes e a namorada à rodoviária quando necessário. Ele afirma que muitas vezes precisa ficar dando voltas no quarteirão para poder deixá-los na área de embarque e desembarque. “É horrível. O espaço é minúsculo e o trânsito que se forma na região complica demais para a gente”, comentou. Para o autônomo Roberto de Arruda, de 55 anos, chegar na rodoviária no final da tarde é sinônimo de passar por apuros na Avenida Dr. Sales de Oliveira. “Para mim é complicado quando tenho que sair de casa nesse horário para vir aqui na rodoviária buscar alguém, porque necessariamente eu tenho que pegar a Sales de Oliveira. É um inferno passar nessa avenida no final da tarde. Na sexta-feira passada eu demorei quase uma hora para atravessá-la por causa do trânsito que se formou no entorno da rodoviária”, afirmou. Emdec Além das reclamações sobre o número de vagas disponíveis e o trânsito que se forma no entorno da região, muitos motoristas reclamam dos agentes de mobilidade urbana da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec). Parte dos condutores disse que os “amarelinhos” não colaboram com a fluidez do trânsito. “Eles ficam parados, não se movem e ficam olhando o caos acontecer sem tomar nenhuma atitude. Eu, por exemplo, não sei exatamente em que lugar posso ou não parar meu carro. Não temos nenhuma informação e ficamos sempre à mercê de levar multas aqui. Aliás, está bem claro para todo mundo que a Emdec só fiscaliza a rodoviária para multar a gente e tirar nosso dinheiro”, afirmou a auxiliar administrativa Juliana Vasconcelos, de 41 anos. Outro lado Diferentemente do que dizem os motoristas, a Emdec rebateu as declarações e informou que os agentes de mobilidade urbana da empresa operacionalizam, constantemente, o trânsito no entorno do Terminal Ramos de Azevedo, com o objetivo de garantir a segurança e fluidez viária, além da obediência às normas de utilização das vias. “As placas de Proibido Estacionar implantadas no acesso à Rodoviária significam que o motorista deve realizar o embarque ou desembarque assim que parar junto à guia (meio-fio). Aguardar a chegada de passageiro que ainda não se encontra no local configura estacionamento irregular, passível de autuação de trânsito. Além dos trechos onde é proibido estacionar, também existem vagas específicas para idosos, pessoas portadoras de deficiência e com dificuldade de locomoção e taxistas. A sinalização vertical especifica o que vigora em cada local”, informou o órgão por meio de nota. De acordo ainda com o comunicado, em dias que antecedem o início dos feriados, ou dos finais de semana, a Emdec afirma realizar ações de monitoramento específicas, como o aumento de efetivo dos agentes de campo. “Há acionamento das equipes semafóricas, para alterações nas programações dos semáforos, possibilitando maior fluidez viária. Em momentos de grande circulação de veículos, a Emdec também realiza uma ação preventiva, desviando o trânsito para a Avenida Governador Pedro de Toledo, para desafogar a circulação de veículos na frente do terminal”, explicou a nota. Implosão do antigo terminal, em 2010, durou 3 segundos Capítulo importante do projeto de revitalização da região central de Campinas, a implosão do prédio da antiga rodoviária e de um esqueleto anexo, em 28 de março de 2010, durou apenas três segundos após a detonação de 200 quilos de explosivos. O velho terminal, bastante defasado, estava instalado no quadrilátero formado pelas avenidas Andrade Neves, Barão de Itapura, e ruas Barão de Parnaíba e Marquês de Três Rios.   A implosão foi mais uma ação integrada da chamada Operação Tolerância Zero. Diversas intervenções urbanísticas já tinham sido realizadas na região para tentar recuperar o Centro da cidade, como a inauguração do Terminal Multimodal Ramos de Azevedo, mas a nova estação de passageiros já foi aberta com falhas, principalmente viárias, e cercada de críticas. O caos no entorno da rodoviária atual expõe um erro de planejamento que poderia ter sido evitado.

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