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RMC vai receber R$ 150 mi do BID para reforçar Saúde

Financiamento será usado na implantação do plano metropolitano para o setor

Maria Teresa Costa
21/08/2013 às 07:30.
Atualizado em 25/04/2022 às 04:46

A Região Metropolitana de Campinas (RMC) vai receber financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) que poderá chegar a R$ 150 milhões, para melhorar o setor Saúde, o mais sensível e mais criticado pela população. O reforço vai permitir implantar o Plano Metropolitano de Saúde, elaborado por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e formado por 47 projetos que visam melhorias significativas na gestão regional da saúde. Os projetos foram aprovados dentro do empréstimo do BID ao Estado, de cerca de US$ 300 milhões.O secretário de Desenvolvimento Metropolitano, Edmur Mesquita, informou aos prefeitos que participavam da reunião da RMC, em Valinhos, nesta terça-feira (20) que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) vai anunciar, em alguns dias, os recursos para a saúde regional. O secretário, no entanto, não falou em valores, apesar da insistência dos prefeitos. Segundo ele, só será possível falar qual a verba que será destinada ao plano quando o contrato estiver assinado. O Correio apurou, no entanto, que os recursos poderão chegar a R$ 150 milhões.Campinas será a primeira região metropolitana do País a ter um plano regional de saúde. Ele foi aprovado em 2008 pelos prefeitos e algumas das ações previstas estão sendo implantadas com recursos do Fundo Metropolitano (Fundocamp). Os projetos apontam saídas para a falta de médicos nos centros de saúde e hospitais e tentam resolver o estrangulamento nos atendimentos de urgência e emergência.Elaborado pelo Programa de Estudos em Sistemas Regionais de Saúde (PESS) da Unicamp, o plano propõe a qualificação dos profissionais e da rede e vários mecanismos para dar conta da falta de profissionais, como a implantação de um banco metropolitano de médicos para atender aos municípios, construção de unidades básicas, informatização, entre outros. MédicosO levantamento feito pela Unicamp apontou que na região de Campinas não há falta de médicos. Existe, segundo o estudo, um para cada 250 habitantes, quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) apregoa um para 400 habitantes. Mas a rede de saúde tem falta de profissionais. A avaliação é de que, nem sempre, a carência ocorre por causa dos salários ofertados. As pesquisas mostram que a evasão vem muito mais pelo fato de as unidades de saúde apresentarem condições inadequadas de trabalho, retaguarda técnica insuficiente, unidades distantes, falta de estímulo aos processos de capacitação.A elaboração de planos de cargos e salários que respeitem a mesma lógica em todos os municípios e a oferta de programas de qualificação para médicos, gestores, gerentes e outros profissionais da saúde são apenas algumas das medidas previstas no Plano Metropolitano de Saúde.A construção de 39 unidades básicas e a reforma e ampliação de outras 42, com a adoção de um padrão arquitetônico de referência; a adequação tecnológica a partir das necessidades de cada município; planos municipais de melhoria da ambiência; uma agenda regional de promoção à saúde; planos diretores de atenção especializada e de reorganização da rede hospitalar; diagnóstico e propostas para superação dos estrangulamentos assistenciais; e um plano diretor de urgência e emergência, estão previstos.A lista de projetos inclui a capacitação em gestão da assistência farmacêutica, a definição de uma lista padronizada e de processos integrados de aquisição de medicamentos; um plano de reorganização da rede de serviços de patologia e análises clínicas; um plano diretor de reorganização dos serviços diagnósticos de imagem e métodos gráficos; a criação de sistemas regionais de transporte de usuários do SUS e de resíduos; um plano diretor de desenvolvimento de tecnologia de informação e comunicação; e um sistema metropolitano de identificação de usuários.PlanosAlém de planos de cargos, carreiras e salários, está prevista a implantação do “banco de médicos” para atender aos municípios da RMC, e ainda a formulação e implantação, em conjunto com instituições de Ensino Superior, de um programa de apoio técnico permanente aos profissionais do SUS. Também será criado um comitê para definir o plano de implementação de protocolos clínicos e técnicos das linhas de cuidado.O plano se propõe a reorganizar a atenção especializada (ambulatorial e hospitalar) de média e alta complexidade, tendo como referência implantação de linhas de cuidado como hipertensão, diabetes, idoso, câncer de mama, câncer de colo, pré-natal, atenção ao parto, atendimento neonatal, violência e acidentes, e a reorganização da rede hospitalar estabelecendo novo modelo de relacionamento com o SUS.

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