violência

RMC tem média de 2 estupros por dia

De acordo com dados oficiais da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo, cerca de 75% dos estupros cometidos na Região Metropolitana de Campinas, em janeiro deste ano, foram praticados contra vulneráveis

Henrique Hein
05/03/2018 às 09:17.
Atualizado em 22/04/2022 às 15:12
Maioria dos casos ocorrem com crianças em suas próprias residências: o estuprador sabe que são indefesas (iStock)

Maioria dos casos ocorrem com crianças em suas próprias residências: o estuprador sabe que são indefesas (iStock)

De acordo com dados oficiais da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo, cerca de 75% dos estupros cometidos na Região Metropolitana de Campinas, em janeiro deste ano, foram praticados contra vulneráveis. Ao todo, a RMC teve uma média de dois estupros por dia: das 67 pessoas que foram violentadas, 50 eram crianças menores de 14 anos ou indivíduos com algum tipo de deficiência mental. Sozinha, Campinas teve praticamente um estupro por dia durante o primeiro mês do ano. O município também é responsável por registrar 40,3% de todas as agressões sexuais cometidas nas 20 cidades da região. Segundo o balanço mensal divulgado, 27 pessoas foram abusadas em Campinas e apenas sete tinham algum discernimento do ato realizado pelo agressor. A cidade com o segundo maior número de casos, e que se aproxima de Campinas é Indaiatuba, com sete casos registrados, sendo cinco contra vulneráveis. Das 20 cidades da região, apenas cinco não tiveram estupros computados no primeiro mês do ano. São elas: Holambra, Morungaba, Nova Odessa, Pedreira e Vinhedo. Dificuldade Segundo a SSP, cerca de 80% dos crimes de estupro (de vulnerareis ou não) envolvem pessoas que se conhecem, seja por uma relação de vizinhança, parentesco, amizade ou amorosa, e que isso é um fator que dificulta a prevenção do crime. De acordo com o delegado da 2ª Seccional de Campinas, José Henrique Ventura, prender os estupradores não é uma ação que, por si só, vá resolver o problema. "Nós estamos trabalhando muito forte na realização de campanhas para prevenção desse tipo de ação. A população precisa denunciar e, principalmente, ficar atenta a esse tipo de situação, porque a maioria dos casos de estupros acontecem com crianças dentro das suas próprias residências. O estuprador sabe que elas são indefesas e que não têm a quem recorrer. Quando uma consegue ter a coragem de contar isso para a sua mãe, por exemplo, ela dificilmente é ouvida, e até por causa disso, fica sujeitas a ser estuprada mais vezes pelo mesmo agressor", explicou Ventura. Em Campinas, os distritos policiais que computaram o maior número de estupros foram os do São Bernardo (2º DP) e Jardim Aeroporto (9º DP). Juntos, eles somam 13 dos 27 casos registrados, o que representa praticamente metade das agressões na cidade. Ao todo, o município possui 12 distritos policiais. Desde 2016, a SSP tem separado a quantificação dos abusos contra vulnerareis e não-vulneráveis. Segundo a secretaria, esse tipo de estupro ocorre quando ele é cometido contra alguém que não consente a situação. São casos dos indivíduos menores de 14 anos, com deficiência mental, e daqueles que não possuem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não conseguem oferecer resistência. Na quarta-feira, a Câmara de Campinas, por iniciativa do vereador Jorge Schneider (PTB), aprovou a criação de uma comissão especial de estudos para analisar e discutir o aumento de índices de estupro em Campinas. SAIBA MAIS Número total de estupros por cidade em janeiro de 2018: Americana: 3 Um era vulnerável. Arthur Nogueira: 2 Nenhum era vulnerável. Campinas: 27 Vinte eram vulneráveis. Cosmópolis: 1 Era vulnerável. Engenheiro Coelho: 2 Ambos eram vulneráveis. Hortolândia: 2 Ambos eram vulneráveis. Indaiatuba: 7 Cinco eram vulneráveis. Itatiba: 3 Todos eram vulneráveis. Jaguariúna: 1 Era vulnerável. Monte Mor: 5 Todos eram vulneráveis. Paulínia: 5 Quatro eram vulneráveis. Santa Bárbara d'Oeste: 1 Não era vulnerável. Santo Antônio de Posse: 4 Todos eram vulneráveis. Valinhos: 2 Um era vulnerável. Sumaré: 2 Um era vulnerável. Cidades que não registraram estupros: Holambra, Morungaba, Nova Odessa, Pedreira e Vinhedo.

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