EM NOVEMBRO

RMC registra saldo positivo de 3,4 mil novos empregos em novembro

Setor de comércio, com a contratação de temporários e a abertura de atacarejos, foi um dos responsáveis pelas vagas com carteira assinada

Edimarcio A. Monteiro/ [email protected]
03/01/2024 às 08:53.
Atualizado em 03/01/2024 às 08:53
Inauguração de três filiais de rede de atacarejos entre novembro e início de dezembro impulsionou o setor, responsável por praticamente três a cada cinco vagas criadas no mês; 600 empregos e indiretos foram gerados, distribuídos entre os meses de outubro e novembro (Rodrigo Zanotto)

Inauguração de três filiais de rede de atacarejos entre novembro e início de dezembro impulsionou o setor, responsável por praticamente três a cada cinco vagas criadas no mês; 600 empregos e indiretos foram gerados, distribuídos entre os meses de outubro e novembro (Rodrigo Zanotto)

Os setores de comércio e serviços puxaram a alta de empregos na Região Metropolitana de Campinas (RMC) em novembro, quando foram criadas 3.424 novas vagas com carteira de trabalho assinada, saldo verificado considerando as admissões e as demissões de todo o mês. Juntos, os dois setores criaram 3.746 postos, com o setor de agropecuária também tendo obtido resultado positivo, com 134 contratados. Porém, o saldo do mês é menor do que os 3,7 mil postos criados por comércio e serviços em virtudes das demissões terem superado as contratações na construção civil, com o fechamento de 265 vagas, e indústria, com 191 a menos. Os dados são do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

Dos 11 primeiros meses de 2023, a RMC registrou saldo positivo na criação de emprego em 10. O único mês com resultado negativo foi julho, quando 788 vagas foram fechadas. Em novembro, a contratação de temporários pelo comércio para as vendas de final de ano foi o principal motivo que contribuiu para a alta. Apenas esse setor respondeu pela geração de 2.112 postos, o equivalente a três em cada cinco vagas criadas.

“São empregos temporários em sua maioria, mas coerente com padrões de funcionamento do mercado de trabalho”, afirmou a economista Eliane Navarro Rosandiski, pesquisadora do Observatório PUC-Campinas. “É de se esperar que parte desses contratos não sejam efetivados, mas representam uma entrada de renda para essas pessoas”, completou ela, que é professora da PUC-Campinas.

INVESTIMENTOS

Além do fator sazonal, o resultado regional positivo do comércio também foi influenciado pela inauguração de três novas filiais de redes de atacarejos em Campinas entre novembro e início de dezembro. Juntas, elas representaram a geração de cerca de 600 empregos diretos e indiretos. A ocupação dessas vagas se diluiu entre o bimestre de outubro e novembro.

“Campinas sempre esteve entre os objetivos da empresa. É uma das cidades mais importantes do país, um grande polo logístico e industrial”, disse Gustavo Muffato, diretor do grupo que inaugurou uma loja no começo do mês passado no Jardim das Bandeiras. Com quase 50 anos de mercado, que serão completados em 2024, a empresa tem 80 filiais nos estados de São Paulo e Paraná, onde surgiu, empregando cerca de 19 mil funcionários.

No começo do ano passado, o grupo comprou 16 lojas e 11 postos de combustíveis de uma outra rede, visando principalmente a expansão dos negócios em território paulista. “Nós abrimos 20 novas lojas em 2023 e seguimos com o ritmo de expansão em 2024”, revelou Gustavo Muffato.

Outra rede de atacarejo investiu R$ 120 milhões na inauguração simultânea de duas filiais em Campinas, uma no Parque Universitário e outra no Parque Imperador, com área de venda de 5.615 metros quadrados cada. A empresa começou a operar nesse segmento em 2004. O grupo, que também atua no setor supermercadista, tem 41 unidades no Estado de São Paulo e no Sul do Rio de Janeiro.

Em novembro, Campinas registrou a criação de 1.328 empregos, o que representou 38,78% do total da Região Metropolitana. Três setores apresentarem resultado positivo em novembro na cidade, comércio (950 vagas), serviços (314) e construção civil (86). Já a indústria e a agropecuária ficaram praticamente estáveis, com o fechamento, respectivamente, de três e 19 postos de trabalho.

OUTRAS CIDADES

Dos outros 19 municípios da RMC, 15 tiveram resultado positivo. Outras cidades com alta significativa foram Indaiatuba (760), Holambra (327), Santa Bárbara d'Oeste (302) e Jaguariúna (218). Por outro lado, quatro registraram saldo negativo no penúltimo mês de 2023. São eles Itatiba (-49), Morungaba (-23), Monte Mor (-7) e Engenheiro Coelho (-1). No acumulado do ano, apenas essa última cidade registrou praticamente estabilidade nos postos de trabalho, com a redução de duas vagas.

Todas as outras cidades tiveram crescimento na oferta de empregos com carteira de trabalho assinada. Com isso, a Grande Campinas chegou a novembro com o estoque de 1.051.849 postos. No acumulado de janeiro a novembro passados, as cidades que registram a maior criação de vagas foram Campinas (16.953), Indaiatuba (4.811), Paulínia (4.611), Santa Bárbara d´Oeste (3.596) e Sumaré (3.493).

A economista Eliane Rosandiski observou, porém, que ainda é baixa a qualidade do emprego gerado na RMC, com a maioria pagando salários menores, o que não resulta em aumento da massa de consumo que “tenha potencial para manter a virtuosidade da recuperação do mercado.” No entanto, o resultado é positivo por manter a sequência de alta no emprego, seguindo a tendência nacional.

NOVOS POSTOS

“Outro fator importante é mostrar que os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) registram a menor taxa de desemprego e maior nível de ocupação”, explicou a pesquisadora do Observatório PUC-Campinas. A taxa de desemprego no Brasil caiu para 7,5% no trimestre encerrado em novembro, queda de 0,2 ponto percentual em relação aos três meses anteriores, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do IBGE. Em igual período de 2022, a taxa de desemprego estava em 8,1%.

O ano de 2024 começa mantendo o ritmo de geração de empregos. Os Postos de Atendimento ao Trabalhador (PATs) da região tinham na terça-feira (2) 2,3 mil vagas disponíveis, de acordo com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico. Em Campinas, o Centro Público de Apoio ao Trabalhador (CPAT), órgão ligado à Prefeitura, tem 87 vagas oferecidas por uma rede de supermercados que inaugurará uma filial no Jardim Santa Eudóxia em fevereiro. Os salários variam entre R$ 1.907,85 e R$ 2.059,24.

Há oportunidades para pessoas sem experiência. Para se candidatar às vagas, os interessados devem fazer agendamento prévio no CPAT. O endereço do site é www.cpat.campinas.sp.gov.br. Há oportunidades para atendente de loja e mercado, auxiliar de estoque, atendente de padaria e açougueiro. O órgão municipal ofereceu 9.590 vagas de emprego em 2023, alta de 35,34% em relação às 7.086 oportunidades do ano anterior.

De acordo com o CPAT, o setor de serviços foi responsável por 55,24% dos postos oferecidos, com o total de 5.298. Em segundo lugar ficou o comércio, com 2.430 (25,33%), seguido de construção civil (963 postos – 10,04%), indústria (425 – 4,5%), informação e comunicação (194 – 2,02%), organismo internacional (140 – 1,45%), financeiro (115 – 1,19%) e agropecuário (25 – 0,26%).

Em novembro, o órgão ofereceu 1.132 vagas de trabalho, terceiro mês seguido com a oferta acima de mil postos. Para o secretário municipal de Trabalho e Renda, Artur Orsi, o crescimento da oferta de vagas mostra a importância do Centro de Apoio para os trabalhadores de Campinas se colocarem no mercado de trabalho. “O CPAT é a principal referência para o trabalhador que busca colocação ou recolocação no mercado, um serviço gratuito para o empregador”, explicou. De acordo com ele, a alta é resultado da parceria com as empresas para divulgação através do órgão. “Isso facilita a vida da população que encontra diversas oportunidades em um só lugar”, concluiu.

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