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RMC registra 20% menos empresas

A Região Metropolitana de Campinas (RMC) registrou queda de 20% no número de empresas abertas nos primeiros cinco meses deste ano

Daniel de Camargo
02/06/2020 às 11:32.
Atualizado em 29/03/2022 às 10:28

A Região Metropolitana de Campinas (RMC) registrou queda de 20% no número de empresas abertas nos primeiros cinco meses deste ano, se comparado ao mesmo período de 2019. Segundo levantamento feito exclusivamente com dados da Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp), pela Associação Comercial e Industrial de Campinas (ACIC), foram criados 4.578 novos negócios em 2020, ante 5.748 no ano passado. Ou seja, 1.170 a menos. O número de empresas encerradas, no entanto, caiu cerca de 48%, saindo de 5.272 no ano passado, para 2.734 neste ano. Maior cidade e sede da RMC, Campinas acompanha a tendência. Entre janeiro e maio de 2020, surgiram 1.997 novos estabelecimentos no município, ante os 2.332 contabilizados em 2019 – 335 a menos. No que diz respeito ao fechamento de empresas, houve retração de quase 50%. Nos primeiros cinco meses de 2019, 2.040 negócios deixaram de existir em Campinas, contra 1.093 neste ano. Economista da ACIC, Laerte Martins explica que a economia brasileira sofreu grande desaceleração em decorrência da pandemia da Covid-19. Ontem, foi divulgada a última atualização da pesquisa Focus do Banco Central, que prevê retração de 6,25% para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020. O menor número de negócios criados, enfatiza, é facilmente atrelado às incertezas desse cenário. Quanto a queda na quantidade de fechamento de empresas, analisa como consequência de uma somatória de fatos: “a não ampliação de concorrência em diversos setores; estagnação do mercado financeiro, que inviabiliza novos – e por vezes, arriscados – investimentos, deixando muitas firmas sem perspectiva de crescimento”, porém ainda com ‘gordura’ para se manter, entre outros. O real impacto, projeta, será percebido futuramente. Para Martins, estatísticas futuras devem evidenciar resultados extremamente ruins. Em Campinas Com dados do Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho, o economista informa que, em referência ao ano passado, Campinas registrava 72 mil empresas em atividade. “O percentual de participação de Campinas em número de estabelecimentos foi 0,90% em nível País, 2,94% em nível estadual e de 44,17% em nível regional”, disse. No Estado, Campinas ficou atrás apenas da Grande São Paulo e do município de Guarulhos. Observando os números, detalhou que os setores com maior representação são o Comércio (23 mil), Serviços (41 mil) e Construção Civil (3 mil), que concentram mais de 85% do total de estabelecimentos ou pontos de vendas. Martins informou ainda que Campinas é a 10ª praça de vendas no Varejo, em nível nacional. Reabertura adiada A reabertura das atividades econômicas em Campinas, que estava prevista para ontem, mas foi adiada até a próxima segunda-feira, surpreendeu e não agradou os comerciantes da cidade. O anúncio foi feito no último sábado, pelo prefeito Jonas Donizette (PSB), que justificou o recuo devido à forte demanda regional de casos da doença recaindo no município, exigindo ampliação de leitos de UTI e reforço no número de profissionais da saúde. A presidente da ACIC, Adriana Flosi, disse lamentar muito a prorrogação da quarentena em Campinas. “Estávamos nos preparando para a abertura na segunda-feira (ontem)”, enfatizou. A informação, frisou, foi recebida com bastante surpresa, primeiro, pelo fato de o prefeito anunciar uma ampliação das medidas previstas no Plano SP. Com base na leitura regionalizado do governo paulista, a cidade estava classificada na fase laranja, pontuou, agora, retrocedeu à vermelha. Em sua opinião, isso gera ainda mais imprevisibilidade aos setores produtivos. “Todos estávamos animados com a expectativa de ter duas semanas de vendas para o Dia dos Namorados”, comentou. No momento, prefere não fazer previsões econômicas. Já a presidente do SindiVarejista, Sanae Murayama Saito afirmou que, num primeiro momento, ficou desacorçoada. Contudo, enfatizou que prefere ver o lado positivo das coisas. Agora, explica, os empresários terão uma semana para se prepararem melhor para a retomada. Após mais de dois meses fechados, esclarece, é necessário higienizar bem as lojas e verificar estoque, entre outros. O período, reforçou, serve também para que os comerciantes realizem o curso on-line no site da Prefeitura (https://covid-19.campinas.sp.gov.br/) que os habilita a funcionar. “Os empresários precisam repassar esses processos para os seus colaboradores”, comentou.

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