ECONOMIA

RMC perde 6,3 mil postos no semestre de 2015

No primeiro semestre deste ano, foram registrados 6.344 cortes de postos de trabalho - um dos piores resultados da série histórica desde 2000, segundo os dados do Ministério do Trabalho e Emprego

Adriana Leite
aleite@rac.com.br
21/07/2015 às 21:32.
Atualizado em 28/04/2022 às 17:12

As medidas estão previstas no Estatuto da Igualdade Racial ( Cedoc/RAC)

A queda no nível de emprego no Brasil não é mais novidade. Mês a mês os números do mercado de trabalho vêm se deteriorado - e na Região Metropolitana de Campinas (RMC) o quadro não é diferente. No primeiro semestre deste ano, foram registrados 6.344 cortes de postos de trabalho - um dos piores resultados da série histórica desde 2000, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). No total, 11 municípios fecharam o acumulado de janeiro a junho com saldo negativo. Por outro lado, nove cidades tiveram geração de novos postos de trabalho. O melhor resultado foi observado em Santa Bárbara d’Oeste que encerrou o período com 996 contratações. Outro destaque no semestre foi Jaguariúna, com um volume de 676 novos empregos, enquanto o terceiro posto ficou com Itatiba, cujo saldo foi de 310 postos abertos no período.  No entanto, mesmo nas cidades que terminaram o semestre no azul, o volume de postos criados foi muito abaixo dos anos anteriores. Na lista dos principais setores, os únicos que contrataram no primeiro semestre deste ano foram o de serviços, com 3.128 pessoas admitidas, agropecuária com 1.036 postos e administração pública com 149 novos trabalhadores.  Todos os outros segmentos cortaram trabalhadores, com destaque para a indústria de transformação, com perda de 5.133 vagas. O comércio cortou 3.111 pessoas. A construção civil desligou 1.335 trabalhadores e os serviços industriais de utilidade pública dispensaram 1.004 pessoas.  Campinas foi a cidade que apresentou o pior saldo no semestre. Os empregadores do município demitiram 4.595 pessoas. O segundo posto foi ocupado por Vinhedo com 1.549 trabalhadores dispensados e em seguida ficou Americana, com 859 pessoas desligadas. Especialistas afirmaram que o cenário para o mercado de trabalho continua muito ruim, e a perspectiva é de aumento ainda maior do desemprego por causa da crise de confiança provocada pela instabilidade política. O coordenador do curso de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos da Faculdade Anhanguera de Campinas - unidade Taquaral, Alan Esteves Galusni, afirmou que a redução da atividade econômica provoca cortes nos quadros das empresas. “Regiões com grande densidade de indústrias estão sofrendo mais. Como a região de Campinas tem um parque industrial forte e também uma diversidade de atividades, ela sente o impacto em decorrência das demissões na indústria. Mas a situação poderia ser pior se a economia local não fosse diversificada”, comentou. Ele salientou que os trabalhadores estão se qualificando para tentar manter o emprego ou conseguir uma nova ocupação. “Voltar para a sala de aula é uma saída para muitos trabalhadores. Ter uma especialização e qualificação são fundamentais para permitir que o trabalhador tenha mais chance de se manter empregado”, comentou. O especialista ressaltou que a queda no investimento é mais um fator que reduz a geração de novos postos de trabalho. AcomodaçãoA professora de Gestão de Pessoas da IBE-FGV e coaching executivo, Ida Fernandes, afirmou que as grandes empresas já fizeram cortes e agora trabalham com um quadro ajustado ao ritmo de produção. “As grandes empresas estão segurando as contratações e mantêm o quadro necessário para atender o atual ritmo de atividade. Mas as pequenas e médias ainda continuam cortando postos de trabalho”, disse. Ela comentou que o País passa hoje por uma crise de confiança. “O pessimismo é um efeito do clima criado no Brasil que provocou uma queda na confiança. O efeito é sentido na atividade econômica e no crescimento do desemprego”, comentou.

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