À ESPERA

RMC: médicos só preenchem 13 vagas

Dos 42 aprovados em programa federal, apenas 31% decidem trabalhar nas cidades da região

07/08/2013 às 08:19.
Atualizado em 25/04/2022 às 06:23

A Região Metropolitana de Campinas (RMC) seguiu a tendência nacional e apenas 31% dos profissionais escolhidos para trabalhar pelo programa Mais Médicos confirmaram a participação. Dos 42 interessados aprovados pelo governo federal na semana passada, 13 validaram o interesse. Entre os 19 municípios da região, oito estão dentro do plano. Os dados foram divulgados ontem pelo Ministério da Saúde, em Brasília. Diante da situação, o ministro Alexandre Padilha admitiu contratar estrangeiros para suprir o déficit de médicos. No Brasil, houve 16.560 inscritos quando o programa foi lançado, no começo de julho, mas somente 938 médicos homologaram a participação — o que representa 6% das vagas disponibilizadas pelos prefeitos de todo o País.Na RMC, o número de médicos escolhidos caiu 69% em relação às confirmações. O balanço preliminar foi divulgado na semana passada, em que os profissionais puderam conferir para qual município haviam sido selecionados. No entanto, somente no último sábado é que fizeram a homologação no programa, o que fez com que o número de interessados despencasse.A situação levanta alerta dos prefeitos que sofrem com a falta de profissionais e 11 cidades foram consideradas prioritárias pelo governo para receber médicos — na RMC, apenas Vinhedo não tentou adesão ao programa. O Mais Médicos é uma saída a curto prazo idealizada pelo governo federal para aliviar a precariedade na Saúde, principalmente no Interior do País e nas periferias das grandes cidades onde há pouco interesse em trabalhar. A União pagará salário de R$ 10 mil aos profissionais, mais ajuda de custo pelo período de três anos.Durante a coletiva de imprensa na tarde de ontem, Padilha disse ter ficado impressionado com a quantidade de municípios inscritos — foram 3.511, o que representa 63% do total. “Ficou evidente que só a oferta nacional não será suficiente.” O governo federal tem sido alvo de duras críticas da classe médica, que é contra a vinda de estrangeiros.De hoje até quinta, médicos brasileiros terão mais uma chance de confirmar a participação no programa, assim como os formados no Exterior, que poderão escolher os municípios onde querem trabalhar. RegiãoCampinas é a cidade que mais receberá profissionais. Na primeira etapa, 18 médicos haviam sido selecionados, mas apenas cinco confirmaram. Atrás de Campinas está Americana, que pediu 47 — três foram selecionados e dois irão para essa cidade. As outras cidades da RMC que foram contempladas receberão apenas um médico: Holambra, Hortolândia, Indaiatuba, Itatiba, Jaguariúna e Santa Bárbara d’Oeste.Outras cidades onde o governo federal havia selecionado médicos, mas nenhum confirmou a participação, são Artur Nogueira, Engenheiro Coelho, Cosmópolis e Nova Odessa, as duas últimas consideradas prioritárias pelo ministério. O mesmo aconteceu com Sumaré, que poderia receber dois profissionais. Ela também está na lista de vulneráveis e, portanto, teve prioridade no programa.Monte Mor, Paulínia (também considerada como vulnerável) e Santo Antonio de Posse não tinham nenhum médico selecionado. Vinhedo foi a única cidade que decidiu não se inscrever. Já Valinhos e Pedreira tentaram, mas não conseguiram porque no último dia do prazo houve uma pane no sistema do ministério. As prefeituras devem fazer a matrícula nas próximas etapas.A Prefeitura de Campinas informou que não se manifestaria sobre o assunto porque não foi notificada pelo ministério. Em entrevistas anteriores, o secretário municipal de Saúde, Carmino Antonio de Souza, admitiu a falta de médicos, mas afirmou ter buscado alternativas para suprir esse déficit. O Executivo já fez concurso público, mas agora parte mais uma vez para as contratações temporárias. Carmino fez críticas ao programa federal e chegou a descartar a possibilidade de receber médicos de fora. No entanto, o prefeito Jonas Donizette (PSB) contrariou a posição e resolveu aderir ao programa, afirmando ser uma decisão exclusivamente sua.

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