INFLAÇÃO

RMC leva vantagem sobre o dragão

Ganho real nos salários médios obtidos pelos trabalhadores nos últimos 12 meses é de quase 3%

28/08/2013 às 09:38.
Atualizado em 25/04/2022 às 04:03
Caso você já esteja endividado, soluções aparentemente fáceis, como pagamento apenas dos juros, devem ser evitadas ( Divulgação)

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A inflação é um problema que assombra o trabalhador e achata o poder de compra. Mas pelo menos na Região Metropolitana de Campinas, os trabalhadores estão conseguindo escapar da mordida do dragão, graças aos ganhos obtidos nos salários médios.Nos últimos 12 meses, ele teve um ganho real (ou seja, acima da inflação) de 2,9%. Em julho de 2012, a remuneração paga aos assalariados com carteira assinada era de R$ 1.346,45. Neste ano, subiu para R$ 1.470,02. O aumento foi de 9,17%. Enquanto isso, nos últimos 12 meses, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o indicador oficial de inflação do governo, ficou em 6,27%.Estudo da Associação Comercial e Industrial de Campinas (RMC) sobre a renda do trabalhador da RMC mostrou que os maiores salários são pagos pela indústria, cujo valor chega a R$ 1.694,58, e os menores são os do comércio, que tem vencimentos médios de R$ 1.271,99. O salário médio pago pelas empresas da região subiu em todos os municípios da RMC. Em 16 cidades, o percentual de aumento ficou acima do índice inflacionário no acumulado nos 12 meses. Em outras três, ficou abaixo.A cidade de Indaiatuba foi a que apresentou a maior elevação do salário médio. De acordo com os dados, o valor subiu de R$ 1.197,56 para R$ 1.531,14. A variação foi de 27,85%. Os destaques foram o setor industrial, cujo valor teve um incremento de R$ 1.455,95 para R$ 1.867,40, e da construção civil, que passou de R$ 1.291,04 para R$ 1.592,35. O maior salário médio da RMC é o de Hortolândia: R$ 1.747,94. A remuneração mais elevada da região é puxada pelos vencimentos pagos aos trabalhadores da indústria. O valor chega a R$ 2.436,60.Na outra ponta, a pior remuneração média na RMC é paga em Pedreira, com valor de R$ 1.203,34. Os trabalhadores mais bem pagos no município trabalham na construção civil. Os vencimentos médios do setor são de R$ 1.356,00. A indústria, que na maioria das cidades da região é a empregadora que mais paga, fica em segundo com um total de R$ 1.272,12.A professora do Centro de Economia e Administração (CEA) da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Eliane Rosandiski, afirmou que será difícil manter o mesmo ritmo de criação de postos de trabalho e também de recuperação salarial dos últimos quatro anos. “As perspectivas do PIB (Produto Interno Bruto) não são positivas quanto esperávamos no início do ano. O cenário é mais pessimista e isso é ruim para o mercado de trabalho. As empresas entram em compasso de espera e acabam atrasando as contratações”, disse.Ela comentou que para o final do ano sempre há aumento de contratações para atender a demanda de Natal e Ano Novo. “A indústria está em uma posição de cautela. Serviços e comércio devem contratar mais trabalhadores nos próximos meses. A volta do ritmo de criação de vagas de trabalho com salários mais elevados vai depender da retomada do otimismo da economia brasileira”, salientou. Eliane afirmou que se o mercado de trabalho se estagnar, isso terá impacto sobre o montante da massa salarial.

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