NOVOS EQUIPAMENTOS

RMC ganha 25 bombas de combustíveis antifraude

Ferramenta dá segurança para comprovar abastecimento de forma correta

Edimarcio A. Monteiro/[email protected]
16/05/2025 às 10:52.
Atualizado em 16/05/2025 às 12:06
A nova tecnologia inclui lacres eletrônicos, selos de segurança e software de controle metrológico (Rodrigo Zanotto)

A nova tecnologia inclui lacres eletrônicos, selos de segurança e software de controle metrológico (Rodrigo Zanotto)

A Região Metropolitana de Campinas (RMC) tem 12 postos de combustíveis que possuem 25 bombas antifraude, novos equipamentos com tecnologia contra irregularidades na medição de combustíveis. Eles fazem parte de uma plataforma digital lançada pelo Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo (Ipem-SP) que permite ao consumidor localizar os 143 estabelecimentos no Estado onde estão em funcionamento 360 bombas desse tipo. A ferramenta dá mais segurança para o cliente evitar ser vítima de ter o veículo abastecido com a quantidade de combustível menor que a apresentada no visor. “São as chamadas fraudes digitais, que colocam um chip dentro da bomba e, com isso, geram uma medição irreal. O consumidor pode colocar 40 litros no tanque e a bomba registrar 48 litros”, explicou o superintendente do Ipem-SP, Marcos Guerson.

Os consumidores podem acessar a plataforma através do endereço https://www.ipem.sp.gov.br/bombasegura. A tecnologia antifraude foi regulamentada pela portaria nº 170, de março passado, do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), que determina a utilização nas bombas novas e torna obrigatória a substituição imediata apenas para os equipamentos identificados com fraude. A troca não exime o infrator do processo administrativo, multa de R$ 1,5 milhão por bomba fraudada e outras penalidades. Os outros postos terão até 2029 para fazer a substituição pelo novo equipamento.

A nova tecnologia inclui lacres eletrônicos, selos de segurança, software de controle metrológico e módulos de comunicação em tempo real com o Inmetro e outros sistemas de monitoramento. Quando a chamada cabeça da bomba é aberta, parte superior onde ficam os módulos de preço e quantidade, os órgãos são automaticamente informados. No caso de tentativa de adulteração da quantidade abastecida, o programa de controle trava imediatamente o equipamento, que voltará a funcionar somente por ação de um mecânico da fabricante.

REAÇÃO

Valinhos é a cidade da RMC com o maior número de postos com a bomba antifraude em operação. São três estabelecimentos, onde estão instalados seis equipamentos. Depois vem Sumaré (dois estabelecimentos e quatro bombas), Santa Bárbara d´Oeste (dois e quatro, respectivamente), Nova Odessa (um e três), Jaguariúna e Campinas (um posto e três bombas, cada) e Americana e Indaiatuba (um e um, cada).

“Essa tecnologia deixa a gente mais tranquilo e sossegado na hora de abastecer”, disse o barbeiro Gustavo Ortolan, enquanto abastecia o carro ontem em um posto na Avenida da Invernada, em Valinhos. onde as três bombas em funcionamento são antifraude. Os outros estabelecimentos ficam na Rodovia D. Pedro I. O cliente disse já ter desconfiado, em outras oportunidades, de ter sido lesado com fraude na quantidade de combustível abastecida, além de ter sofrer prejuízo ainda maior com produto adulterado. “O carro começou a falhar e tive que trocar a bomba de combustível”, explicou.

De acordo com o gerente do posto, Samuel Pereira da Silva, as bombas antifraudes foram instaladas quando foi necessário trocar um equipamento anterior, que estava velho. “Como era preciso fazer a substituição, optou-se por troca todas”, explicou. Apesar do equipamento, ainda é obrigatório ao estabelecimento manter o aferidor, um galão de 20 litros que deve ser enchido na presença do cliente com dúvida na quantidade abastecida. A peça de medição também é usada pelo gerente nos controles regulares de verificação do funcionamento das bombas.

FISCALIZAÇÃO

Os estabelecimentos com equipamentos com a nova tecnologia continuam a receber fiscalizações de surpresa do Ipem. O órgão recomendou também aos clientes acompanhar o abastecimento ao lado da bomba medidora, solicitar o cupom fiscal com os dados do estabelecimento e verificar se o display da bomba sai do zero. De acordo com o instituto, também está em desenvolvimento tecnologia para verificar a adulteração de combustível, mas a fiscalização da qualidade é de responsabilidade do Procon e da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

No ano passado, o Ipem encontrou indício de fraude na quantidade de combustível abastecido em 36 dos 140 postos fiscalizados no Estado. Foram identificados 269 bicos com irregularidades, o equivalente a 12,3% dos 2,187 inspecionados. Segundo o órgão, as principais fraudes encontradas foram instalação de corpo estranho, bombas medidoras sem lacre, erros de medição superiores aos tolerados e inserção de chip nos componentes eletrônicos com o intuito de fraudar no aspecto volumétrico.

A plataforma criada pelo Ipem com a localização das bombas seguras será atualizada mensalmente para ser mais uma ferramenta de segurança para os consumidores. “Acreditamos que, se o consumidor der preferência para essas bombas na hora de abastecer, o mercado vai trocar voluntariamente mais rápido”, ressaltou Marcos Guerson.

De acordo com o superintendente, a plataforma do Ipem-SP visa estimular o uso desses equipamentos entre os postos dar aos clientes a possibilidade de procurar pelos estabelecimentos que dispõem da nova bomba antifraude na sua região. A identificação é de competência da ANP.

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