ELEIÇÕES 2024

RMC ganha 141,5 mil eleitores nos últimos dois anos

Com 2,38 milhões de pessoas aptas a votar, crescimento na Região Metropolitana de Campinas foi de 6,3% desde 2022

Edimarcio A. Monteiro/[email protected]
23/07/2024 às 11:04.
Atualizado em 23/07/2024 às 12:15
Com 472.929 pessoas, as mulheres representam 53,45% do total de aptos a votar em Campinas; quase metade dos eleitores, 45,93%, está na faixa etária que vai dos 35 aos 49 anos (Rodrigo Zanotto)

Com 472.929 pessoas, as mulheres representam 53,45% do total de aptos a votar em Campinas; quase metade dos eleitores, 45,93%, está na faixa etária que vai dos 35 aos 49 anos (Rodrigo Zanotto)

A Região Metropolitana de Campinas (RMC) tem 2.387.445 eleitores aptos a votar na eleição municipal de outubro, aumento de 6,3% em comparação aos 2.245.932 do último pleito, em 2022. Os dados divulgados pelo Tribunal Regional Eleitoral do Estado de São Paulo (TRE-SP) revelam que o número de 141.513 novos eleitores cadastrados nos últimos dois anos é maior do que a população de 16 cidades da Grande Campinas. Valinhos, por exemplo, tem 126.373 habitantes, segundo o Censo 2022. Apenas as populações de Campinas, Americana, Sumaré, Indaiatuba, Hortolândia e Santa Bárbara d'Oeste superam o total de novos eleitores.

Pela primeira vez, duas cidades da RMC poderão ter segundo turno nas eleições municipais. Sumaré juntou-se a Campinas após atingir 203.049 pessoas a partir de 16 anos registradas para votar. Com isso, os eleitores dessas duas cidades poderão ter que voltar às urnas em 27 de outubro, caso nenhum candidato a prefeito obtenha mais da metade dos votos válidos no primeiro turno, que acontece no dia 6 do mesmo mês. O segundo turno ocorre nas cidades com mais de 200 mil eleitores.

Sumaré ganhou 4.478 eleitores entre 2022 e 2024, alta de 2,25% em relação aos 198.571 do último pleito. Ela é uma das duas novas cidades paulistas que poderão ter segundo turno neste ano. A outra é Embu das Artes, na Região Metropolitana de São Paulo. Com isso, 30 dos 645 municípios de São Paulo podem ter a eleição municipal decidida em duas etapas.

Proporcionalmente, Paulínia foi a cidade da Região Metropolitana com o maior crescimento no eleitorado, alta de 18,57%. O número passou de 72.949 para 86.493, com os 13.544 novos registros na cidade. Foi como se em 24 meses o município ganhasse a população de uma cidade do porte de Morungaba em novos eleitores. Hortolândia foi a segunda cidade com a maior alta (17,94%), seguida por Itatiba (16,11%), Indaiatuba e Jaguariúna (ambas com 12,86%).

MENOR ALTA

Por outro lado, Campinas foi a cidade da RMC a ter o menor crescimento no número de pessoas que poderão votar nas eleições. O total foi de 878.460 para 884.779, elevação de 0,72%, de acordo com o balanço do TRE-SP. Também tiveram aumento abaixo da média regional os municípios de Americana (1,19%), Vinhedo (2,95%) e Sumaré (2,25%).

No domingo, Campinas conheceu seu primeiro candidato a prefeito oficializado. O empresário Wilson Matos teve o nome confirmado em convenção do Partido Novo. Ele terá como vice na chapa a economista Janaína Calvo, do mesmo partido. O Novo terá 27 candidatos a vereador.

Os partidos e federações terão até 5 de agosto para realizar as convenções para deliberar sobre coligações e escolher candidatas e candidatos aos cargos de prefeito, vice e vereador. Após a definição, as agremiações têm até 15 de agosto para registrar os nomes na Justiça Eleitoral.

Segundo os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o eleitorado feminino é maioria em Campinas, somando 472.929, o equivalente a 53,45% do total. Os homens somaram 411.074 eleitores (46,55%).

O raio-X revelou ainda que a faixa etária de 45 a 49 anos é a com o maior número de pessoas aptas a votar, 226.446. Depois, aparece o público que tem entre 35 e 44 anos, com 179.933. Ou seja, esses eleitores representam 45,93% do total. Campinas tem ainda 113.511 eleitores com voto facultativo. São 111.171 idosos com mais de 70 anos de idade e 2.340 adolescentes de 16 e 17 anos.

A estagiária Ana Júlia Fagundes de Oliveira, de 19 anos, está no grupo de eleitores que vai votar pela primeira vez nestas eleições. “Na última eleição teve muita briga. Eu preferi ficar de fora”, disse. Ela lembrou que houve uma divisão na família entre os dois principais candidatos a presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que venceu, e Jair Bolsonaro (PL).

Ana Júlia disse desconhecer quem são os candidatos a prefeito de Campinas, mas pretende acompanhar mais de perto a disputa a partir de agora para definir o voto. “Acho importante porque é ele quem vai cuidar da nossa cidade”, ressaltou.

Os eleitores da cidade com ensino médio completo somam 269.148 pessoas, representando o maior grupo por nível de escolaridade (30,42%). Em segundo lugar estão os com ensino médio incompleto (153.145 – 17,31%), seguido por superior completo (150.538 – 17,02%). A maioria é solteira, 499.202, enquanto os casados são 312.391. Há ainda 41.330 divorciados, 19.491 viúvos e 11.406 separados judicialmente. O estado civil de 906 eleitores não foi informado.

REFLEXOS PARA 2026

Para o cientista político Eduardo Grin, a eleição municipal deste ano será estratégica para os partidos se prepararem para os pleitos para presidente da República e governadores em 2026. “As eleições municipais são uma antessala do que se prevê para o pleito presidencial de 2026. Será uma eleição polarizada, a política nacional está caracterizada por esse tipo de confronto. O Congresso Nacional tem muito desse tipo de enfrentamento”, afirmou. De acordo com o especialista, “os partidos vão procurar ampliar não apenas as prefeituras, mas, sobretudo, número de cidades no Brasil, principalmente capitais, cidades grandes e de médio porte, que terão um impacto muito significativo nas eleições de 2026.”

De acordo com TSE, o limite de gastos de campanha para a candidatura a prefeito em Campinas no primeiro turno será de R$ 6,59 milhões. Os candidatos que foram para o segundo turno poderão gastar mais R$ 2,63 milhões cada um. No caso dos candidatos a vereadores, o limite de despesas definido pela Justiça Eleitoral é de R$ 405,6 mil. Os gastos da campanha eleitoral são bancados com dinheiro público, com a cidades de menor porte tendo, proporcionalmente, menos dinheiro para as campanhas.

Os valores equivalem as despesas adotadas nas eleições de 2016, atualizados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), conforme fixado por lei.

Em Sumaré, os gastos de campanha foram limitados a R$ 1,94 milhão por candidato a prefeito no primeiro turno, com o valor adicional de R$ 777,05 mil em caso de segundo turno. Já o valor estipulado para os vereadores foi de R$ 116,44 mil.

Com 10.610 eleitores, Morungaba é a cidade da RMC com o menor valor a ser destinado para a disputa eleitoral este ano. A campanha para prefeito tem o limite máximo de R$ 159,85 mil, enquanto para vereador o teto é de R$ 15,98 mil. O limites de gastos foi definido pelo Tribunal Superior Eleitoral por meio da Portaria n˚ 593/2024. A relação por município foi publicada na edição extra n˚ 121 do Diário da Justiça Eletrônico (DJE). As quantias são distribuídas proporcionalmente entre os municípios, considerando o tamanho da cidade e o número de eleitores aptos a votar.

FISCALIZAÇÃO

Em Campinas, o juiz da 379ª Zona Eleitoral, Anderson Pestana de Abreu, atuará na fiscalização da propaganda eleitoral. O nome foi definido pela Resolução nº 637/2024, anexo II, do TRE-SP. Durante o processo eleitoral, os magistrados definidos em todo o Estado ficarão afastados de suas funções na Justiça comum para atuar no pleito. No período de 1º de agosto a 1º de novembro, competirá a esses juízes analisar e julgar representações e reclamações sobre propaganda eleitoral, direito de resposta e local para realização de comícios de candidatos e candidatas a prefeito e vereador, entre outras atribuições.

“O afastamento ocorre em caráter extraordinário, visando atender às necessidades temporárias e excepcionais do serviço eleitoral e com base em circunstâncias quantitativas relacionadas às representações de competência”, ressaltou o presidente do TRE-SP, desembargador Silmar Fernandes. De acordo com ele, o número elevado de ocorrências relacionadas às propagandas nas eleições municipais faz com que seja necessário o exercício exclusivo das funções eleitorais. A propaganda eleitoral, regulamentada pela Resolução TSE 23.610, estará permitida a partir de 16 de agosto, dia seguinte ao término do prazo para o registro das candidaturas na Justiça Eleitoral.

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