RMC é destaque positivo em ranking
Cinco cidades que fazem parte da Região Metropolitana de Campinas (RMC) estão entre os 20 municípios com as menores taxas de homicídio do Brasil
Indaiatuba, Valinhos, Americana, Itatiba e Santa Bárbara d'Oeste — cinco cidades que fazem parte da Região Metropolitana de Campinas (RMC) — estão entre os 20 municípios com as menores taxas de homicídio do Brasil. É o que aponta uma pesquisa divulgada anteontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que analisou 310 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes em 2017, com o objetivo de fazer um recorte regionalizado da violência no País. Elaborado em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o “Atlas da Violência – Retrato dos Municípios Brasileiros 2019” mostra ainda que 14 dos 20 municípios menos violentos do Brasil encontram-se no Estado de São Paulo. A cidade menos violenta na avaliação do instituto foi Jaú, em São Paulo, com uma taxa de 2,7 homicídios para cada 100 mil habitantes. O município de 146 mil moradores teve quatro assassinatos em 2017. Na sequência do ranking, aparecem Indaiatuba e Valinhos, dois municípios da RMC, em segundo e o terceiro lugar da lista, respectivamente, com uma taxa de 3,5 e 4,5 assassinatos para cada 100 mil habitantes. Americana, Itatiba e Santa Bárbara d'Oeste aparacem entre as vinte melhores nas seguintes colocações: 8º, 16º e 20º, pela ordem. Apesar do resultado positivo, duas cidades da RMC ficaram longe das mais bem classificadas. Com uma taxa de 20,2 homicídios para cada 100 mil habitantes, Sumaré foi considerado o 13º município mais perigoso do Estado; enquanto Campinas, o 25º, com média de 18 assassinatos para cada 100 mil habitantes. As duas cidades apresentam dados médios de criminalidade piores do que os de São Paulo (13,2) e quase iguais aos de Osasco (18,8), por exemplo. Norte e Nordeste O levantamento produzido pelo Ipea mostrou ainda que houve um crescimento das mortes nas regiões Norte e Nordeste do País, influenciado, principalmente, pela guerra do narcotráfico, a rota do fluxo das drogas e o mercado ilícito de madeira e mogno nas zonas rurais. O estudo identifica uma heterogeneidade na prevalência da violência e revela que há diferenças enormes entre as condições de desenvolvimento humano nos municípios mais e menos violentos. Não por acaso, 18 das 20 cidades mais violentas do País estão nas regiões Norte e Nordeste. O município mais violento do Brasil com mais de 100 mil habitantes é Maracanaú, no Ceará, com 145,7 homicídios por grupo de 100 mil habitantes. Em segundo lugar está Altamira, no Pará (133,7), seguida de São Gonçalo do Amarante (131,2), no Rio Grande do Norte. De acordo com o estudo, os municípios mais violentos têm em média 15 vezes mais homicídios que os menos violentos. Nos municípios mais violentos, o perfil socioeconômico da população é mais parecido com o países latino-americanos ou africanos: as pessoas, em geral, não têm acesso à educação, desenvolvimento infantil e mercado de trabalho. Município lidera quesitos em outra lista Considerada a segunda cidade com menos homicídios no Brasil pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Indaiatuba é também o município da RMC com mais de 200 mil habitantes que está em primeiro lugar em praticamente todos os quesitos de segurança pública, liderando três dos quatro delitos avaliados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP): furtos e roubos de veículos; roubos; furtos e homicídios. Pela taxa por 100 mil habitantes, a média dos crimes cometidos em Indaiatuba é menor do que a da RMC e do Estado. Entre janeiro a junho, Indaiatuba registrou 89 casos relacionados a furto e roubo de veículos. Trata-se de um índice quase cinco vezes menor do que os números de Sumaré, cidade que aparece na segunda colocação da lista e que teve 383 crimes computados desta natureza ao longo dos primeiros seis meses do ano. Hortolândia, com 439; Americana com 488; e Campinas com 2.828 registros, fecham o ranking das cinco cidades da região (com mais de 200 mil habitantes) com os melhores índices. Ao todo, o Indaiatuba registrou 37,14 furtos e roubos de veículos a cada 100 mil habitantes, enquanto a média da RMC foi de 170,72 e do Estado de 152,99. No mesmo período, foram registrados 200 roubos no município contra 311, 469, 587 e 3.257, de Americana, Sumaré, Hortolândia e Campinas, pela ordem. A taxa por 100 mil habitantes de Indaiatuba é de 83,47 – um índice muito menor do que o da RMC e do Estado, com 182,99 e 280,53, respectivamente. Já em relação ao número de homicídios computados, Indaiatuba teve quatro em seis meses. As “segundas melhores” cidades da região no quesito (Americana) e (Hortolândia) tiveram seis. Sumaré teve oito, enquanto Campinas, 73. Com isso, Indaiatuba registrou 1,67 homicídio a cada 100 mil habitantes. A média da RMC e do Estado é praticamente o dobro: 3,80 e 3,28; respectivamente. Foram registrados ainda 1.005 furtos entre janeiro e junho em Indaiatuba, enquanto nas demais cidades da região com mais 200 mil habitantes foram computados: 829, 1.498, 1.067 e 7.996, em Hortolândia, Sumaré, Americana e Campinas, respectivamente. A cidade teve 419,45 ocorrências a cada 100 mil habitantes. A média da RMC é de 510,81 e do Estado 601,50. Na avaliação do secretário de Segurança Pública de Indaiatuba, Sandro Bezerra Lima, os resultados são frutos da união das forças de segurança e dos investimentos em áreas como estrutura policial e inteligência tecnológica para combate ao crime. “Essa é uma área que envolve a vida de toda a população, por isso precisa ser tratada com muita atenção (…) Temos que ter em mente que já partimos de uma realidade bem melhor do que a do passado. Daqui por diante cada ponto é uma vitória, da mesma forma que um único fato pode gerar impacto negativo, pois nossos índices já são muito baixos”, ressaltou. AS 20 CIDADES COM MENORES TAXAS Cidade Homicídios por 100 mil habitantes 1º Jaú (SP) 2,7 2º Indaiatuba (SP) 3,5 3º Valinhos (SP) 4,7 4º Jaraguá do Sul (SC) 5,5 5º Brusque (SC) 5,8 6º Jundiaí (SP) 6,1 7º Passos (MG) 7,2 8º Limeira (SP) 7,7 8º Americana (SP) 7,7 8º Bragança Paulista (SP) 7,7 11º Santos (SP) 7,8 12º Araraquara (SP) 7,9 12º São Caetano (SP) 7,9 12º Araxá (MG) 7,9 15º Tubarão (SC) 8,1 16º Mogi das Cruzes (SP) 8,3 16º Itatiba (SP) 8,3 16º Varginha (MG) 8,3 19º Catanduva (SP) 8,4 20º Sertãozinho (SP) 8,5 20º Santa Bárbara d'Oeste (SP) 8,5 Fonte: Inep
