pandemia

RMC contabiliza mais de 32 mil demissões

O cenário atual também já corresponde a 80% de todos os postos de trabalho fechados em 2015, período que ostenta os piores índices

Henrique Hein
03/07/2020 às 08:00.
Atualizado em 28/03/2022 às 23:44
Região de Campinas permanece na fase vermelha (Matheus Pereira/AAN)

Região de Campinas permanece na fase vermelha (Matheus Pereira/AAN)

Dados do Observatório PUC-Campinas, elaborados com base em informações do novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, apontam que mais de 32 mil pessoas foram demitidas na Região Metropolitana de Campinas (RMC) entre os meses de janeiro e maio deste ano. Com o resultado, a RMC superou, em apenas cinco meses, o fechamento de vagas formais de emprego registrado em todo o ano de 2016. O cenário atual também já corresponde a 80% de todos os postos de trabalho fechados em 2015, período que ostenta os piores índices na série histórica da evolução do emprego na região desde 2010. Deste montante, 10.784 postos de trabalho foram perdidos somente em maio, num resultado que ratificou a queda na geração de empregos durante a crise do novo coronavírus. Ao todo, Campinas (3.393 demissões), Valinhos (2.053), Indaiatuba (1.913) e Sumaré (1.509) respondem por 82% dos postos de trabalho perdidos no mês. Impossibilitado de prosseguir com as atividades na pandemia, o comércio foi o setor regional mais prejudicado: foram 11 mil desligamentos em 2020, o que representa 37% do total de demissões contabilizadas na região. Os serviços de alojamento e alimentação conduziram o setor ao segundo lugar da lista, que ainda conta com a indústria de transformação, encarregada pela eliminação de 6,6 mil vagas após uma série de ajustes nas estruturas de emprego. Por outro lado, o segmento da administração pública gerou 2.274 novas admissões nos primeiros cinco meses do ano. Segundo a PUC, o saldo positivo do setor foi impulsionado pela contratação de profissionais que atuam na área da saúde, no combate à pandemia do novo coronavírus. Com relação ao perfil do empregador, as demissões efetuadas neste ano afetaram principalmente os trabalhadores de nível médio, com idade entre 30 a 39 anos (30%), e também na faixa de 50 a 64 anos (23%). Segundo o levantamento, os desligamentos acometeram igualmente homens e mulheres, embora o segundo grupo seja mais vulnerável por compor uma parcela menor no mercado de trabalho. Na avaliação dos pesquisadores do Observatório PUC-Campinas, os números refletem a intensidade da crise que assola toda a economia brasileira. No País, aproximadamente 1,2 milhão de postos de trabalho formais foram encerrados em 2020, enquanto no Estado de São Paulo, 354 mil vagas foram reduzidas no período. Ao todo, a RMC representa 3% e 9% desses totais, respectivamente.

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