Desde o início do ano, a região registrou 43.685 pessoas infectadas
Agente de combate à dengue de Campinas distribui material informativo sobre como eliminar os criadouros do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença: casos avançam na região (Rodrigo Zanotto)
A Região Metropolitana de Campinas (RMC) concentra 11,79% de todos os casos confirmados de dengue no Estado de São Paulo. De acordo com o Painel de Arbovirose da Secretaria Estadual de Saúde, do início do ano até agora foram confirmados 370.533 casos da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, sendo 43.685 deles na RMC. Até aqui, foram registradas 33 vítimas fatais na região, o que representa 9,6% do total estadual (344 óbitos). Para combater o vetor, algumas prefeituras, como Campinas e Hortolândia, estão implantando armadilhas, chamadas de Estações Disseminadoras de Larvicida (EDLs).
No âmbito da RMC, o ranking de casos confirmados é liderado por Campinas, com 13.977 pessoas com diagnóstico positivo para a doença, seguida por Americana, com 4.635; Indaiatuba, com 4.616; Jaguariúna, 4.559; Hortolândia, 2982; Santa Bárbara d´Oeste, 2.625; e Sumaré, com 2007.
Abaixo da casa dos dois mil casos aparecem Paulínia, com 1.546; Vinhedo, com 1,407; Santo Antônio de Posse, 902; Engenheiro Coelho com 986; Artur Nogueira, com 855; Valinhos, 677; Monte Mor, 448; Holambra, 363; Cosmópolis, 336; Nova Odessa, 322; Pedreira, com 306; Morungaba, 122; e Itatiba, com 68.
Em relação ao número de mortes, a cidade de Americana lidera com 13 óbitos, seguida de Sumaré, com 5; Indaiatuba, 4; e Santa Bárbara, com 3. Com duas mortes cada até ontem estão Campinas, Hortolândia e Jaguariúna. Com um óbito cada estão Artur Nogueira e Santo Antonio de Posse. As demais seguem episódios de mortes.
ARMADILHAS
As estações disseminadoras de larvicida que estão sendo instaladas em alguns municípios da RMC, como Campinas e Hortolândia, é um projeto do Ministério da Saúde. A iniciativa consiste em colocar as armadilhas em pontos considerados estratégicos para o combate à doença. No caso de Campinas, estão sendo colocadas inicialmente em estabelecimentos comerciais. As EDLs são recipientes com água e telas de feltro. As telas estão impregnadas com larvicida que aderem no corpo da fêmea do mosquito. Em seguida, o inseto dissemina esse veneno onde pousa para botar os ovos, impedindo que a larva se desenvolva.
Durante a colocação das armadilhas, os agentes orientam as pessoas a verificar uma vez por semana a quantidade de água da armadilha. Caso o nível tenha baixado, os moradores devem apenas reabastecer o recipiente. Os agentes também distribuem para a população material explicativo sobre as armadilhas. As equipes de combate à dengue voltarão mensalmente aos locais com armadilhas para verificar se há larvas, colocar mais larvicida e, em caso de necessidade, fazer a substituição dos dispositivos. O órgão fará o monitoramento das armadilhas durante um ano.
Ao contrário de Campinas, Hortolândia está colocando armadilhas contra o mosquito em residências. Já foi concluída a instalação no Jardim São Sebastião e equipes municipais estão percorrendo as regiões do Jardim Boa Esperança e Jardim Nova Europa para realizar busca ativa. Hortolândia recebeu 600 armadilhas. Uma parte delas está guardada como reserva técnica, para ser usada caso haja necessidade de troca.
Em Campinas, as armadilhas começaram a ser instaladas na última terça-feira. O município recebeu 1,5 mil estações do Ministério da Saúde e inicialmente vai instalar pelo menos 500 EDLs em 70 pontos da região do distrito de saúde Sudoeste, que abrange bairros como São Cristovão, União dos Bairros, Vista Alegre, DICs 1, 3 e 6, Aeroporto, Santo Antônio, Vila União, Santa Lúcia, Campos Elíseos e Capivari.
Os pontos estratégicos escolhidos são imóveis com muitos criadouros, como borracharias, ferros-velhos e locais que trabalham com reciclagem. Esses espaços são cadastrados e monitorados regularmente pela Secretaria de Saúde. A primeira etapa de instalação das armadilhas deve ser finalizada em 15 dias.
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