longe das urnas

RMC apresenta abstenção de 21%

Aproximadamente 21% dos cerca de 2,2 milhões de eleitores aptos a votar na RMC, ou seja, 475.438 pessoas não exerceram o direito no 1º turno

Daniel de Camargo
09/10/2018 às 07:24.
Atualizado em 06/04/2022 às 16:51

Aproximadamente 21% dos cerca de 2,2 milhões de eleitores aptos a votar na Região Metropolitana de Campinas (RMC), ou seja, 475.438 pessoas não exerceram o direito no 1º turno, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A média de abstenção da RMC foi superior à nacional (20,32%) e ligeiramente inferior à estadual (21,52%). Dos pouco mais de 147 milhões de brasileiros habilitados a participar do pleito, quase 30 milhões não foram às urnas anteontem. O Estado de São Paulo, por sua vez, registrou em torno de 7 milhões de ausências para um eleitorado levemente superior a 33 milhões de cidadãos. Maior cidade da região, com população próxima de 1,2 milhão de habitantes, segundo a última estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Campinas teve 22,20% de abstenção. Dos 849.143 eleitores qualificados a votar, quase 189 mil optaram por não participar do 1º turno, que restringiu a disputa ao cargo de presidente a Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), e a briga pelo governo paulista a João Doria (PSDB) e Marcio França (PSB). Cosmópolis A maior abstenção dentre as 20 cidades que compõem a RMC ocorreu em Cosmópolis. O município, localizado a 60km de Campinas, contabilizou 11.274 ausências. No caso, 24,58% dos quase 46 mil eleitores da cidade não votaram. A pequena Morungaba atingiu o menor percentual. Apenas 17,93% das pouco mais de 10 mil pessoas qualificadas ao pleito preferiram não exercer o direito. Segundo maior colégio eleitoral da RMC, com número de eleitores próximo a 187 mil cidadãos, Sumaré ficou na média da região, com 21%. Ao todo, 39.231 pessoas não compareceram às zonas eleitorais do município. Número histórico O Brasil registrou seu maior percentual de abstenção desde as eleições de 1998, segundo o TSE. Quase 30 milhões de eleitores não compareceram às urnas anteontem, ou seja, 20,32% dos cerca de 148 milhões aptos a votar. Há 20 anos, o nível de abstenção foi de 21,5%. O índice tem crescido desde 2006, quando ficou em 16,8%. Em 2010, subiu para 18,1% e na eleição anterior, em 2014, foi de 19,4%. Leandro Consentino, cientista político do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), avalia que o crescimento do índice de abstenção é um reflexo do desalento da população brasileira com as alternativas políticas que se apresentaram nos últimos anos e na atual eleição. Além disso, ele analisa que de 2006 — ano em que Luiz Inácio Lula da Silva foi reeleito presidente do Brasil — para cá, nenhum pleito contou com alguma grande liderança, se comparado ao próprio Lula e a Fernando Henrique Cardoso, que participaram, segundo ele, do processo de consolidação de grandes legendas. “A sacudida que os partidos tradicionais levaram no domingo mostra isso”, contextualiza, completando que os eleitores querem sair desse cenário, porém não encontram novidades à altura, o que também implica na opção de não votar. O Estado apontou aumento no índice de abstenção se comparado às eleições de 2014, saltando de 19,5% para 21,52%, praticamente dois pontos percentuais. Em relação ao número de eleitores, a margem representa mais de 850 mil pessoas, de 6,2 milhões em 2014 para 7,1 milhões no pleito atual. O País registrou ainda pouco mais de 3 milhões de votos em branco e um número ligeiramente superior a 7 milhões de votos nulos. No Estado de São Paulo, respectivas categorias somaram quase 840 mil votos e cerca de 1,8 milhão de votos. Discussão política acaba em assassinato na Bahia O mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa, de 63 anos, conhecido como Moa do Katendê, foi assassinado a facadas, em um bar na Avenida Vasco da Gama, próximo ao Dique do Tororó, em Salvador. De acordo com o Boletim de Ocorrência, o crime ocorreu após uma discussão política por volta de 3h de ontem. O suspeito foi preso. O registro policial afirma que Romualdo teria discutido com o agressor por conta do resultado da votação. Ainda de acordo com o documento, o capoeirista teria declarado que votou em Fernando Haddad (PT) e feito críticas ao candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), o assassino tinha chegado ao bar gritando o nome do candidato do PSL. A perícia identificou que as 12 facadas proferidas pelo criminoso atingiram a região das costas de Katendê. Um amigo do mestre de capoeira, que tentou defendê-lo do ataque, também ficou ferido. (Estadão Conteúdo)

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