FÉRIAS

Risco de contaminação em praças preocupa pais

A falta de manutenção e ausência de barreiras no acesso aos tanques de areia dos parques públicos de Campinas deixam os locais sujos: é preciso repor areia

Jaqueline Harumi e Shana Pereira
29/07/2016 às 22:59.
Atualizado em 22/04/2022 às 23:14

Lixo jogado na areia do parque do Largo Santa Cruz, no Cambuí (Dominique Torquato/AAN)

A falta de manutenção e ausência de barreiras no acesso aos tanques de areia dos parques públicos de Campinas preocupam os pais pelo risco de contaminação que os filhos correm. Em um breve passeio pelos locais mais frequentados da cidade não é difícil encontrar relatos de tanques que vivem sujos e necessitam de reposição de areia. Na Lagoa do Taquaral, a menor preocupação são as embalagens plásticas na areia, que é cercada somente por uma delimitação de alvenaria, já que pelo parque existem gatos e capivaras. No Largo São Benedito, no Centro, o espaço, apesar de limpo, não possui grades de proteção no entorno. Já no Largo Santa Cruz, no Cambuí, há galhos e lixo espalhados, além de os brinquedos estarem com problemas: a cerca de proteção quebrada em um deles está “protegida” com um tapume e dos balanços restou apenas a estrutura. “Eu não proíbo de brincar na areia, mas é claro que a gente tem receio. Aqui ainda trago porque é cercado, mas em geral a gente não sabe de onde vem a areia”, lamenta a maquiadora Alessandra Roman, de 45 anos, que acompanhava o neto Francesco, de 2 anos, no parque da Lagoa do Taquaral. Dividindo o mesmo espaço, Nicholas, de 6 anos, tem toda a atenção do pai, o metalúrgico Cláudio José Souza, de 45 anos. “Eu me preocupo com a contaminação, porque aqui tem bastante gato. Se estiver sujo, já não venho. Nunca percebi nada, mas com certeza precisa lavar as mãos antes de ir embora. Também tenho medo de carrapato da capivara”, comenta. Para a enfermeira Suzana Negreiros Uchyama, de 33 anos, que mora na região da Lagoa e leva o filho Matheus, de 7 anos, com frequência ao parquinho, o maior receio é pela circulação de animais. “A gente se preocupa porque tem os animais soltos. No caso, tem bastante gato, que à noite a gente vê mais. Só fico um pouco mais tranquila porque nunca vi relato de alguém que apareceu com doença por frequentar aqui”, explica. A veterinária Mônica Laserna, de 41 anos, frequenta todos os dias com a filha o parque do Largo Santa Cruz e reclama da falta de manutenção. “Além dos brinquedos, os assentos dos bancos estão quebrados. O balanço também está com defeito, mas não acho ruim, porque para crianças pequenas ele se torna perigoso”, relata. A reclamação é a mesma da curadora e marchand Lígia Testa, de 59 anos, que sempre leva os três netos para brincar no local. “Faz tempo que o parquinho está precisando de uma manutenção”, afirmou. Para a babá Maria Domícia dos Santos, de 40 anos, o maior problema está na areia. “Venho aqui todos os dias e precisa fazer reposição da areia, pois tem dias que nem deixo as crianças sentarem no chão por causa da sujeira”, comentou. Cuidados O pediatra José Espin Neto, professor da Faculdade de Pediatria da PUC-Campinas, explica que o maior risco está na areia frequentada por animais, principalmente cães e gatos, sendo mais comum a contaminação por parasitas intestinais, além de bactérias que causam infecção na pele. A orientação é ficar atento às reações na criança, como infecção ou inflamação na pele, e, antes de tudo, lutar pela prevenção. “O mais importante é a prevenção, ou seja, a autoridade pública ou o responsável pelo espaço evitarem que os animais circulem por esses locais”, completa. Secretaria garante que áreas passam por limpeza frequente A Secretaria de Serviços Públicos informou que todos os parques passam por vistoria e limpeza frequentemente. No caso da Lagoa do Taquaral, afirmou que o cercamento não evitaria o acesso dos gatos, os quais são alvo de campanha de adoção do Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal em parceria com as organizações não governamentais. Sobre as capivaras, ressaltou que passam por tratamento com carrapaticida a cada dois meses e não costumam se aproximar de onde há concentração de pessoas, ficando mais perto da água. Em relação ao Largo São Benedito, a Secretaria disse que fará um vistoria para verificar a necessidade de uma grade de proteção, e quanto ao Santa Cruz informou que o Departamento de Parque e Jardins está providenciando junto à empresa responsável pelos brinquedos a negociação do reparo ou a substituição daqueles que estão quebrados, já que eles não seguem o mesmo padrão do restante da cidade. Neste caso, os trabalhos devem ser concluídos dentro de 40 dias, sendo que a reposição da areia será feita “nos próximos dias”.

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