CRISE HÍDRICA

Rios da região estão com vazão abaixo da média histórica

Chuvas não conseguiram recarregar a totalidade das nascentes das bacias, segundo o Consórcio PCJ, mesmo tendo chovido acima da média histórica de fevereiro e março

Maria Teresa Costa
teresa@rac.com.br
08/04/2015 às 16:30.
Atualizado em 23/04/2022 às 17:08

rio-jaguari (Élcio Alves)

Os principais mananciais das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiai (PCJ) estão com volumes de água bastante inferiores à média histórica de abril, segundo a Sala de Situação dos Comitês PCJ, que monitora os rios das bacias.     O Rio Jaguari é o que tem a menor vazão média de abril em relação à média histórica do mês - a quantidade de água que está passando em Jaguariúna, de 4,7 metros cúbicos por segundo (m3/s), está 76,4% abaixo do esperado para abril, que é de 19,9 m3/s.   O Rio Atibainha, em Nazaré Paulista, tem a segunda maior redução de vazão das Bacias PCJ - de uma média histórica de 1,73 m3/s, esse rio vem registrando apenas 0,45 m3/s este , uma redução de 73,9%. O Rio Piracicaba, que deveria estar com uma vazão médida de 117,75 m3/s, está recebendo apenas 59,7 m3/s em Piracicaba, uma redução de 49,2%. Já o Rio Atibaia, que abastece 95% de Campinas, tem uma vazão 20,9% abaixo do esperado para o mês. A situação dos rios é resultado das chuvas, que não conseguiram recarregar a totalidade das nascentes das bacias, segundo o Consórcio PCJ, mesmo tendo chovido acima da média histórica de fevereiro e março.   O início da estiagem já está mostrando que haverá necessidade de maior liberação de água do Sistema Cantareira para a região. As regras operativas adotadas para a primeira quinzena de abril pelos gestores do sistema, a Agência Nacional de Águas (ANA) e Departamento de Água e Energia Elétrica (Daee) fixaram em no máximo 1,5 m3/s a descarga dos reservatórios nos rios Jaguari e Atibaia, insuficientes para garantir o abastecimento se as chuvas cessarem. Estimativas do Consórcio PCJ indicam que com a chegada da estiagem vazões dos cursos d’água devam reduzir drasticamente, deixando de atender a necessidade das atuais captações dos usuários (agrícola, urbano e industrial), que estão sendo garantidas de maneira precária e racionalmente gerenciada. Em 2014, que é considerado a estiagem mais severa dos últimos 90 anos, os rios das Bacias PCJ apresentaram recordes de baixas vazões.   O Rio Piracicaba, por exemplo, que nessa época mais seca do ano, costuma apresentar vazões de 50 m³/s, chegou apresentar 4 m³/s, durante o mês de agosto, a menor vazão já registrada. O Rio Atibaia, próximo à captação de Valinhos e Campinas, teve momentos de vazões de 3 m³/s, quando o natural seria no mínimo 15 m³/s. Os écnicos do Consórcio PCJ acreditam que serão necessárias vazões superiores a vazão máxima atualmente limitada pelos organismos gestores às Bacias PCJ.   Especialistas em climatologia e todos os militantes do Sistema de Gerenciamento dos Recursos Hídricos, Saneamento e Meio Ambiente, vem alertando para que não ocorra uma falsa ilusão que a sustentabilidade hídrica das Bacias PCJ esteja garantida com as chuvas que aconteceram durante os três primeiros meses de 2015.Cantareira O Sistema Cantareira operou ontem com 19,7% da capacidade, 0,1 ponto percentual acima do registrado na terça-feira, segundo boletim da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).   O Cantareira, que atende 5,6 milhões de pessoas na Grande São Paulo e cerca de 3 milhões nas Bacias PCJ, não recebeu chuva na madruga e registra pouco mais de 12% do previsto para o mês. Abril incia o período mais seco, que vai até setembro.Apesar da nova elevação, a situação ainda é crítica, já que apenas a segunda cota do volume morto foi recuperada. No mesmo dia do ano passado, o sistema operava com nível de 12,7%, mas tinha mais água, já que ainda não havia começado a usar os dois volumes mortos (287,5 bilhões de litros).

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