CRISE HÍDRICA

Rio Atibaia tem vazão 60% abaixo da ideal

Marca chegou a apenas 8,47 m³/s, quando média histórica do mês de abril é de 21,2 m³/s

Maria Teresa Costa
teresa@rac.com.br
06/04/2014 às 21:45.
Atualizado em 27/04/2022 às 01:24

Rio Atibaia, em Campinas, registrou nesta sexta-feira a menor vazão para o mês de março ( Leandro Ferreira/AAN)

O Rio Atibaia, em Campinas, voltou a ter baixa vazão neste domingo (6) e chegou a 8,47 m3/s às 9h30, na área onde a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa) capta água para abastecer 95% da população. O volume está 60% abaixo da vazão média histórica de abril, de 21,2 m3/s, mas é mais que o dobro do limite de vazão estabelecido pela empresa para iniciar o racionamento em Campinas. O Rio Piracicaba, em Piracicaba, também estava com baixa vazão domingo, de 33,8 m3/s — 71,4% menor que a média histórica de 118,4 m3/s para abril.Quando chegar a 4 m3/s, a Sanasa passará a interromper o fornecimento uma vez por semana em cada região da cidade, durante quatro horas. Segundo o prefeito Jonas Donizette (PSB), o plano de contingenciamento montado pela empresa de saneamento vai permitir, pelo menos no primeiro estágio, que a população possa passar pelo corte do fornecimento praticamente sem ser afetada. “A maioria das famílias têm caixa d’água, se ficarem uma vez por semana sem fornecimento durante quatro horas, não sentirão o racionamento”, afirmou.Segundo ele, a decisão do momento de implantar o rodízio não será dele, mas da Sanasa. “A equipe técnica é quem definirá o momento, e só pedi que a população seja amplamente informada para poder se prevenir”, disse.A adoção imediata de medidas restritivas de fornecimento de água vem sendo defendida por vários setores, especialmente pelo Consórcio dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), uma associação de usuários de água das Bacias PCJ. A proposta, se adotada pelas cidades, possibilitaria a redução da vazão do Sistema Cantareira para a região de Campinas e Grande São Paulo e, com isso, interromper o esvaziamento do conjunto de represas como vem ocorrendo desde o início do Verão.Para o Consórcio PCJ é preciso parar, já, de tirar água do Sistema Cantareira e reduzir o consumo em 50%, sob pena de destruição da economia das regiões de Campinas e Grande São Paulo.A redução do consumo poderia postergar a exploração do volume morto do sistema, uma reserva de cerca de 300 bilhões de litros de água que fica abaixo do nível atual das comportas. Esse volume seria suficiente para abastecer a Região Metropolitana de São Paulo por quatro meses. Em 17 de março a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Sabesp) iniciou obras nas represas de Nazaré Paulista e Joanópolis, orçadas em R$ 80 milhões, para captar o volume morto.O uso dessa água poderá ocorrer a partir de julho, segundo estudos técnicos, e levar ao fim dessa reserva estratégica antes do início do período de chuva, em outubro.

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