sustentabilidade

Reuso de água é avaliado pelo PCJ

O Plano de Atuação é uma espécie de Plano Diretor, onde devem constar os programas que a diretoria pretende implantar

Francisco Lima Neto
31/07/2019 às 07:59.
Atualizado em 30/03/2022 às 21:56

A utilização de água de reuso para abastecimento entrará no Plano de Atuação do Consórcio PCJ para o biênio 2019/2020. O sistema de utilização de água de reuso foi implantado em Campinas pela Sanasa — e deverá integrar o programa de saneamento e sustentabilidade hídrica da agência. O Plano de Atuação é uma espécie de Plano Diretor, onde devem constar os programas que a diretoria pretende implantar. Esse Plano já deveria estar concluído no primeiro semestre, mas ficou para setembro. O pedido para que a utilização de água de reuso para o abastecimento, principalmente em períodos de crise hídrica, seja debatido dentro do Consórcio partiu do presidente da Sanasa, Arly de Lara Romeo, ao presidente do órgão, o prefeito de Nova Odessa, Benjamin Bill Vieira de Souza (PSDB), em reunião plenária, no dia 23 de novembro de 2018. O Consórcio PCJ é uma associação de direito privado sem fins lucrativos, composta por municípios e empresas, com o poder de decisão de responsabilidade do Conselho de Associados. A base do trabalho da entidade está na conscientização de todos os setores da sociedade sobre a problemática dos recursos hídricos da região, no planejamento e no fomento às ações de recuperação dos mananciais. A estrutura da entidade é dividida em: Conselho Diretor, Conselho Fiscal, Secretaria Executiva e Plenária de Entidades. Atualmente, no Estado de São Paulo, esse tipo de água só pode ser utilizado para irrigação paisagística, lavagem de logradouros e outros espaços públicos e privados, construção civil, desobstrução de galerias de água pluvial e rede de esgotos, lavagem de veículos e combate a incêndios, respeitando padrões de qualidade e de monitoramento definidos pelos órgãos fiscalizadores, portanto, sem previsão de uso em Estações de Tratamento de Água (ETA). No entanto, com o aumento da eficiência no tratamento de esgoto, já existem serviços de abastecimento que utilizam tecnologias modernas, como as membranas ultrafiltrantes, que resultam numa água de qualidade até mesmo superior àquela captada nos rios para o abastecimento público. As Estações Produtoras de Água de Reuso (Epars) se enquadram nessa categoria. Por conta do pedido, Bill determinou que fosse criada uma comissão para iniciar um processo de análise técnica e interlocução com os órgãos fiscalizadores para encontrar uma alternativa para essa possibilidade. “Vamos montar um grupo técnico para iniciar essas discussões. Com o aumento de tratamento de esgoto e com o avanço tecnológico, a água de reuso tem de ser considerada para a sustentabilidade hídrica, tendo em vista a ocorrência de eventos climáticos extremos, o que pode ocasionar novas crises hídricas”, comentou Bill na ocasião. A assessoria do Consórcio confirmou que a discussão da água de reuso para abastecimento deve ficar dentro dos programas de saneamento e sustentabilidade hídrica. O Plano de Atuação será fechado no próximo mês de setembro. Ele está passando pelo crivo dos vice-presidentes. Após isso, a diretoria tem de aprovar o Plano para, só então, entrar em execução. O Plano norteia os projetos futuros do Consórcio. Crise hídrica de 2014 reforça necessidade de alternativas Neste ano, Campinas registrou o segundo Verão mais seco dos últimos trinta anos, de acordo com dados do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp. Ao todo, choveu 436,8 milímetros (mm) entre os meses de dezembro de 2018 e janeiro e fevereiro de 2019 — um índice que representa 37,3% a menos do que prevê a média histórica para o período: 689,2mm. O recorde de menor precipitação pertence a 2014 — ano da maior crise hídrica do Estado de São Paulo. Na época, o volume de água atingiu os 290,4mm durante a estação. Na ocasião, várias cidades colocaram em operação um sistema de rodízio para tentar diminuir o impacto da crise hídrica.

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