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Retomada das aulas será híbrida

Plano prevê aulas presenciais e a distância, alternando grupos de estudantes, com 50% da capacidade

Henrique Hein
14/01/2021 às 07:42.
Atualizado em 22/03/2022 às 12:03
Os estabelecimentos devem seguir rigorosamente todos os protocolos r
 (Cedoc/RAC)

Os estabelecimentos devem seguir rigorosamente todos os protocolos r (Cedoc/RAC)

A Prefeitura de Campinas planeja retomar as aulas presenciais da Rede Municipal de Ensino no dia 8 de fevereiro, com um protocolo rígido de segurança, que envolve o uso obrigatório de máscaras e o cumprimento do distanciamento mínimo de 1,5 metro entre as carteiras. Todo o planejamento, que segue as regras do Plano São Paulo de flexibilização econômica, foi detalhado ontem pelo secretário de Educação, José Tadeu Jorge, em entrevista concedida ao Correio Popular.

O plano prevê o retorno das aulas presenciais com capacidade de 50% dos alunos por sala: metade da turma comparece numa semana, enquanto a outra acompanha o conteúdo a distância. Na semana seguinte, os papéis se invertem. “Com isso, a gente consegue estabelecer o distanciamento mínimo entre os alunos”, disse o secretário. Além disso, todos os estudantes receberão um kit com quatro máscaras de tecidos e um frasco de álcool em gel. No caso dos professores, serão entregues máscaras reutilizáveis e equipamentos face shield.

Segundo Tadeu Jorge, todas as 207 escolas geridas pelo Poder Público estão passando nesse momento por uma avaliação para verificar se estão de acordo com as determinações previstas pelo protocolo municipal. Ao todo, mais de cem colégios já foram vistoriados e nenhum apresentou problemas. “O Devisa (Departamento de Vigilância e Saúde) está checando todas as escolas e apontando se há alguma questão que precisa ser corrigida. Se houver, passamos a executá-la a tempo”, explicou.

Nesse primeiro momento, a retomada envolve os estudantes matriculados na pré-escola (quatro a seis anos), ensino fundamental I e II, e Ensino de Jovens e Adultos (EJA). As creches, por possuírem uma outra complexidade, não estão incluídas nesta programação. Ao todo, mais de 47 mil alunos devem retornar às aulas presenciais. Os pais que não se sentirem confortáveis com o retorno, não serão obrigadas a mandar seus filhos para a escola. Eles poderão continuar acompanhando às aulas de maneira remota.

Segundo o secretário, todas as crianças e adolescentes que sentirem sintomas gripais ou febre deverão permanecer em casa e não comparecer as aulas. Dentro dos colégios, os estudantes também serão obrigados a usar máscara o tempo inteiro e a manter um distanciamento mínimo de 1,5 metro entre eles. As unidades escolares ainda terão álcool em gel 70% em suas dependências. Além disso, o tempo de permanência em sala de aula será reduzido de cinco para três horas diárias. A medida tem como objetivo ajudar na higienização das unidades entre um turno e outro.

Com relação as merendas escolares, o secretário destacou que as refeições estão mantidas e que os alunos poderão se alimentar no refeitório, desde que mantenham o distanciamento entre os colegas. O chefe da Pasta também informou que todas as disciplinas devem retornar, incluindo a educação física. Nesse caso, os professores não vão poder colocar os estudantes para praticar esportes de contato, como futebol e basquete.

Outro lado

Apesar do otimismo demonstrado pelo secretário como volta das aulas presenciais, o representante titular do Conselho das Escolas de Campinas, Cláudio Borges, disse que vê com preocupação essa questão. Ele comentou que entende que a decisão da Prefeitura, mas que teme pela contaminação de alunos, sobretudo, por causa do aumento exponencial de casos que vem ocorrendo em todo País. “Ainda não temos um posicionamento sobre o retorno das aulas no dia 8, mas estamos preocupados com a questão da lentidão das ações do Poder Público e com o cenário que vem se apresentando”, disse ele.

Governo estadual planeja investimento de R$ 80 mi

Em encontro virtual com prefeitos, o governador João Doria (PSDB) confirmou o retorno das aulas presenciais na rede estadual de ensino a partir do dia 1º de fevereiro e garantiu investimentos de R$ 80 milhões para o programa de ampliação de oferta de vagas em creches escolares.

“A Educação é fundamental para todos nós que somos pais, temos filhos que há mais de 12 meses estão distante de suas aulas, do ensino, de seus professores e que precisam, com critério, com planejamento retomarem suas aulas”, disse o governador João Doria.

Para este ano, foi autorizada a abertura das escolas em todas as fases do Plano São Paulo, obedecendo aos critérios de segurança estabelecidos pelo Centro de Contingência do Coronavírus.

“Hoje, a ciência nos mostra que o espaço escolar é seguro desde que realizemos todos os protocolos corretamente. Como governo do Estado, estamos seguindo a ciência e junto com as prefeituras, vamos avançar para priorizar cada vez mais a educação, abrindo nossas escolas para todos os estudantes”, explicou o Secretário da Educação, Rossieli Soares.

Além do tema da volta às aulas, foram abordadas as parcerias entre Estado e Municípios, como materiais didáticos, merenda e transporte escolar. Dória também anunciou um novo’’ programa para ampliação de vagas em creches municipais. O diferencial para este ano é que as prefeituras poderão ofertar seus próprios projetos de obras para construção. O número de vagas ofertadas dependerá das demandas dos municípios. Detalhes sobre o programa serão publicados em resolução nos próximos dias. (AAN)

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